Nesta terça-feira (18), o campeão francês PSG, de Neymar e Mbappé, com Di María de volta, enfrenta o jovem, organizado e atrevido terceiro colocado do Campeonato Alemão, RB Leipzig.
Na quarta (19), o octacampeão alemão Bayern de Munique pega o surpreendente sétimo colocado francês, o Lyon, do diretor de futebol Juninho Pernambucano.
Parênteses: os quatro têm em comum modelos de gestão empresariais, diferentes entre si, mas de costas para o modelo associativo que vigorou na Europa no século passado e permanece vigente no Brasil.
Terá sido por isso que o Bayern enfiou oito no antiquado Barcelona?
Claro que não, seria pura simplificação. Mas é também por isso que o futebol total dos bávaros é tática, técnica e fisicamente impressionante, grande favorito ao título.
O time da dupla Lewandoski e Muller, dizia-se, não poderia ser medido pelo Campeonato Alemão, dada a diferença abissal para seus concorrentes.
Ganhar de 7 a 1 no placar agregado do Chelsea, nas oitavas de final da Champions, teria acontecido porque a defesa inglesa é frágil. Os oito gols em partida única nos catalães dissipam quaisquer dúvidas. Ou não?
Desnecessário dizer que o futebol é capaz de tudo, tanto que o Lyon eliminou o milionário Manchester City do mago Pep Guardiola. Ai-Jesus! Pombas, Sterling! Viva, Dembélé!
Capaz de ter 33 jogadores brasileiros na fase de mata-mata, o melhor torneio de clubes do mundo deixa claro por que o jogo jogado na Europa parece outro ao ser comparado com o disputado aqui.
Poderão a rara leitora e o raro leitor reclamar do colunista colonizado que faz corte ao futebol europeu quando, no mesmo meio de semana, na quarta-feira mais precisamente, Flamengo e Grêmio repetirão o duelo das semifinais da Libertadores passada.
De fato. Jogo interessantíssimo, embora com o rubro-negro sem Rafinha e o tricolor gaúcho sem Everton Cebolinha, duas das atrações daquele embate.
E, por quê? Porque o primeiro foi jogar na Grécia e o segundo em Portugal. O PIB brasileiro é maior 8 e 7,7 vezes, respectivamente, que o desses países.
Não há qualidade de espetáculo que aguente tamanha ofensa.
O poderoso Flamengo não pôde fazer frente ao Olympiacos, ambos os mais populares clubes de seus países, com a diferença de que o Brasil tem 210 milhões de habitantes, e a Grécia, 11.
Voltemos à Champions.
Não duvide que os lyonnais, por motivos óbvios e, desde já, os parisienses e os de Leipzig, estão tendo pesadelos com o Bayern, tamanho o poderio avassalador demonstrado desde o fim da paralisação pela pandemia.
A partir da volta do futebol, o Bayern ganhou os nove jogos pelo Campeonato Alemão, com 27 gols marcados e apenas seis sofridos.
Sem se dizer que chega à semifinal da Liga dos Campeões com 100% de aproveitamento, um arraso.
Venceu todos os nove jogos, com 39 gols a 8.
Uma de suas vítimas foi exatamente o Olympiacos, agora de Rafinha, que deixou o Bayern, onde jogou por oito anos, na maior parte do tempo reserva do extraordinário Phillip Lahm, porque não era mais tão competitivo.
Outro que sucumbiu diante do poderio bávaro foi o Tottenham, em quem o Bayern enfiou 7 a 2, em Londres, e 3 a 1, em Munique, na fase de grupos.
Sim, vamos ver Flamengo x Grêmio. Depois de Bayern x Lyon.
À espera da finalíssima em Lisboa, no domingo (23).
Porque há futebol e FUTEBOL.
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