A recondução de Robson Marinho ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), nesta terça-feira (18), foi recebida com cautela e certo incômodo por integrantes do órgão.
BAÚ
A necessidade de cumprimento da determinação judicial que considerou o caso contra Marinho prescrito e permitiu seu retorno é um ponto pacífico. Por outro lado, instalou-se o temor de que a agenda pública do tribunal seja sequestrada pela volta à tona das acusações e do escândalo político.
O TCE trabalhou nos últimos tempos para associar sua imagem pública a questões consideradas positivas, como o controle rigoroso dos gastos de municípios no combate à pandemia de Covid-19.
NO PASSADO
Um dos fundadores do PSDB, Marinho foi afastado do cargo em 2014 sob suspeita de ter recebido propina da multinacional francesa Alstom, o que ele sempre negou. O conselheiro disse à Folha nesta terça que pretende "tratar com bastante zelo a coisa pública no exercício da função" e reafirmou não ter relação com as denúncias.
De acordo com o Ministério Público, Marinho teria ajudado a empresa a usar um contrato de 1990 com a Eletropaulo para vender subestações de energia por US$ 50 milhões, em 1998. A prática teria ocorrido sob a gestão do então governador Mario Covas.
CONTA-CORRENTE
A Suíça, que investigou a Alstom após um banco daquele país ser usado para a distribuição do suborno, chegou a bloquear uma conta atribuída a Marinho. Seu saldo era de US$ 3 milhões à época do ocorrido, em 2013.
OLHO VIVO
E, motivado pelo retorno de Marinho, o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) disse que vai protocolar na Assembleia Legislativa uma proposta de emenda à Constituição do estado de São Paulo para permitir à Casa destituir conselheiros do TCE.
ASSINO EMBAIXO
Se a proposição for aprovada, o pedido poderá ser apresentado por deputados estaduais e por procuradores-gerais do Estado, da Justiça e de Contas.
BASTA
"Não se pode tolerar que os integrantes do principal órgão técnico, caso estejam envolvidos em denúncias graves, sejam mantidos na função em prejuízo do erário público", afirma Giannazi. Segundo ele, a PEC será enviada após o recesso parlamentar, em fevereiro.
NOS FONES
O cantor Seu Jorge e a atriz Mel Lisboa vivem os personagens Pedro Roiter e a médica Elisa Amaral, respectivamente, na audiossérie "Paciente 63", uma produção original Spotify que chega à segunda temporada no dia 8 de fevereiro. A continuação da trama ficcional terá dez episódios inéditos. O projeto é uma adaptação da obra "Caso 63", criada pelo escritor e roteirista chileno Julio Rojas.
JOELMIR TAVARES (interino), com LÍGIA MESQUITA, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH
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