A ausência de um plano do governo Jair Bolsonaro para acolher refugiados afegãos recém-chegados tem causado insatisfação entre gestores do Governo de São Paulo. Por meio do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o estado tem sido a única porta de entrada daqueles que deixam o território dominado pelo Talibã.
COMEÇO
Mais de 6.000 vistos humanitários já foram concedidos pelo Ministério das Relações Exteriores até o momento. O carimbo, no entanto, é apenas uma parte de um extenso trabalho humanitário que não estaria sendo cumprido pelo governo federal, segundo integrantes da gestão paulista.
PRECÁRIO
Muitos dos afegãos desembarcam no país com apenas a roupa do corpo, sem falar português ou inglês. A recepção humanitária envolve desde a aplicação de vacinas e emissão de documentos a entender o plano de vida dessas pessoas para acomodá-las.
AÇÃO
O acolhimento no estado tem sido coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social em parceria com diferentes instituições e organizações, inclusive com o Acnur (comissariado da ONU para a questão).
ÚLTIMA HORA
Grande parte do contingente de refugiados tem sido encaminhada para abrigos na capital e nas cidades de Guarulhos e Poá, na região metropolitana. Mas, com a demanda crescente, o governo paulista tem precisado recorrer às pressas a outros municípios.
À MESA
Uma reunião com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, foi realizada nesta semana, a pedido do prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, para tentar sanar os transtornos.
NINGUÉM SABE, NINGUÉM VIU
Ao ser questionada sobre qual suporte seria dado aos afegãos e se havia um projeto para levá-los para cidades do interior, a chefe da pasta disse que enviaria um plano —que até agora não foi apresentado. Procurado, o ministério não respondeu até a publicação deste texto.
PLANEJAMENTO
Segundo pessoas ouvidas pela coluna, o estado paulista tem capacidade para receber todos que necessitam de acolhimento e não se importaria de encabeçar essa missão, desde que houvesse uma indicação, pelo governo Bolsonaro, de quantos refugiados chegarão e quando.
OUTRO LADO
Procurado, o ministério diz que tem acompanhado a crise migratória afegã desde a sua eclosão, em 2021, mas que não cabe a ele planejar o acolhimento dos refugiados a nível local. "Essa competência é dos governos locais, através da Política de Assistência Social, que é coordenada em nível nacional pelo Ministério da Cidadania", afirma, em nota.
A pasta ainda diz que convidou representantes da Casa Civil, da Cidadania e das Relações Exteriores para ouvir as demandas apresentadas na reunião com a Prefeitura de Guarulhos e com a Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo, ocorrida nesta semana.
"A resposta para os desafios de políticas públicas causadas pelo fenômeno migratório são complexas e envolvem diversos atores governamentais e não governamentais para uma reposta efetiva", segue, citando atribuições dos ministérios da Casa Civil, da Cidadania e da Justiça e Segurança Pública.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos também afirma que se comprometeu a "difundir o Guia de Orientação em Direitos Humanos para Pessoas do Afeganistão do Brasil", a "contatar e articular mobilização junto à rede de organizações da sociedade civil" e a atuar, junto ao Itamaraty, para capacitar entidades interessadas em atuar a partir da perspectiva dos direitos humanos.
IGUARIA
O empresário Márcio Toledo prestigiou a chef Mayra Toledo, sua filha, no lançamento do livro "May Macarons". A obra é assinada por ela e leva o nome de sua loja, que vende o doce francês. O evento ocorreu no restaurante Veridiana Jardins, em São Paulo, na quarta-feira (21).
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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