Normalmente crítico à TV Globo, o cantor Sérgio Reis poderá ser visto na emissora no capítulo final de "Pantanal", que vai ao ar nesta sexta (7). "Eu fui lá fazer uma cantoria no casamento de José Leôncio [Marcos Palmeira]", diz ele à coluna. "Foi gostoso", completa.
Em maio, em entrevista à Folha, ele havia dito que não queria se aliar à empresa ao ser questionado sobre uma participação na trama. "Não vou ajudar a Globo em nada. Eu sei que eu dou bom ibope."
Agora, em conversa por telefone com a coluna, o cantor minimiza a antiga declaração. Diz que o problema, na verdade, era a falta de tempo para "fazer novela". E justifica-se: "Só que eu devo essa satisfação e esse carinho para o Benedito Ruy Barbosa [autor da trama original]. Se é bom para a novela dele, eu vou e faço. Não importa [o que seja]."
"E a Globo também teve que me aturar, porque a Globo é contra o Bolsonaro [PL] e sabe que eu sou apoiador do presidente. Mas, de qualquer forma, não pode misturar uma coisa com a outra", analisa.
Na primeira versão da novela, exibida na Manchete em 1990, Sérgio Reis interpretou Tibério. Sua ligação com a história, porém, é muito maior. Foi no hotel que o cantor tinha na região pantaneira que Benedito Ruy Barbosa teve a ideia de escrever "Pantanal".
"Quando ele viu aquilo se apaixonou na hora e escreveu a sinopse da trama que se chamava inicialmente 'Amor Pantaneiro'", relembra.
Além de Sérgio Reis, outros atores da primeira versão, como Cristiana Oliveira, a Juma, Giovanna Gold, a Zefa, e Ingra Lyberato, a Madeleine, também participam do capítulo final do remake.
As gravações, diz o cantor, foram realizadas há cerca de um mês, mas não no Pantanal. E, sim, no Clube dos Oficiais Bombeiros, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, ponto que concentrou várias das filmagens feitas para a novela na cidade.
Sérgio Reis afirma que foi bom matar a saudade dos colegas de 1990 e cantar "duas ou três modas". Diz ainda ter sido recebido "muitíssimo bem". "Não tenho revolta nenhuma contra a Globo referente à minha pessoa. Todas as vezes que trabalhei lá fui muito bem recebido, com carinho e respeito".
O cantor fez três outras novelas na emissora, todas de Benedito Ruy Barbosa: as duas versões de "Paraíso", de 1982 e 2009, e "O Rei do Gado", de 1996.
Apesar de algumas mudanças no roteiro original, Sérgio Reis diz que ficou satisfeito com o remake de "Pantanal". "São bons atores. A revelação hoje é a Isabel Teixeira [intérprete de Maria Bruaca], filha do Renato Teixeira. Ela tem que ganhar melhor atriz do ano. É ótima, perfeita", afirma.
Ele também rasga elogios à emissora. "A Globo não é fraca para fazer novela e televisão. É uma das maiores televisões do mundo, não tem como discutir isso", pontua.
Como exemplo, Sérgio Reis relembra quando fez "O Rei do Gado", e a emissora conseguiu entregar em cinco dias um ônibus completamente personalizado com as imagens do personagem dele, Saracura, e de Almir Sater, o Pirilampo —eles faziam uma dupla sertaneja na trama. "Na parte de marcenaria e serralheria, a Globo é perfeita", salienta.
TELONA
Os cineastas Chico Guariba e Francisco César Filho compareceram à sessão de abertura da primeira edição do São Paulo Food Film Fest na noite de quarta-feira (5), na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Os criadores do evento, André Henrique Graziano e Daniela Guariba, e a chef Tanea Romão também estiveram presentes na inauguração do festival.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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