Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu América Latina Argentina

Eduardo Bolsonaro foi cortado da TV por quebrar lei eleitoral, e não por influenciar votos, dizem diplomatas

Deputado teve sua fala interrompida ao vivo após defender o armamento da população do país vizinho

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Brasília

A aparição tumultuada de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na TV argentina durante o primeiro turno das eleições locais foi completamente ignorada por diplomatas do país que atuam no Brasil.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal teve sua fala cortada ao vivo após defender o armamento da população argentina. A pauta é compartilhada pelo ultraliberal Javier Milei, presidenciável que disputará o segundo turno do pleito argentino com o peronista Sergio Massa.

Eduardo Bolsonaro fala ao microfone de um repórter de um canal fechado da TV argentina. Há três pessoas atrás do parlamentar
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em viagem à Argentina, durante entrevista a canal local - Reprodução X (antigo Twitter)

Na avaliação de diplomatas ouvidos pela coluna, Eduardo teria sido cortado por violar a lei que proíbe qualquer tipo manifestação em apoio a candidatos no dia da votação, e não pelo teor de sua fala ou por ser uma figura considerada relevante entre cidadãos argentinos.

Se mantivesse o deputado brasileiro no ar defendendo a campanha de Miliei, avaliam, o canal de TV poderia ser alvo de uma multa considerável.

Ainda de acordo com esses interlocutores, os três anos em que os governos de Jair Bolsonaro e do atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, coexistiram inspiraram muito mais preocupação. Declarações e gestos feitos pelo então presidente e seus familiares exigiam atenção contínua.

Em 2020, por exemplo, Eduardo publicou uma foto em que aparecia fortemente armado. Ao seu lado, uma outra imagem mostrava o filho de Fernández, Estanislao Fernández, caracterizado como drag queen e fazendo um cosplay do personagem animado Pikachu. A montagem é lembrada por integrantes da Embaixada da Argentina no Brasil até hoje.

Durante as eleições brasileiras de 2022, o sinal de alerta também foi ligado: havia o temor de que, com a campanha negativa de Bolsonaro que comparava a Argentina a países como Cuba e Venezuela, para então associá-la a Lula (PT), gerou o temor de que a população brasileira passasse a rejeitar o país vizinho.

Na época da disputa eleitoral, circularam até mesmo notícias falsas sugerindo que a Argentina sofria um desabastecimento de carne bovina, ingrediente marcante da culinária do país.

Passado o governo Bolsonaro, o entendimento entre diplomatas argentinos é de que o ex-presidente e seus filhos já não têm mais relevância no cenário externo. Nas últimas vezes em que o ex-mandatário ganhou destaque no noticiário local, as reportagens falavam sobre suas derrotas políticas, como foi o caso da inelegibilidade.

Além disso, dadas as tensões econômicas e sociais deflagradas no país, o cidadão médio da Argentina estaria mais preocupado com o cenário doméstico do que com eventuais apoios políticos externos, avaliam os diplomatas.


LETRAS

O diretor de jornalismo da Rede Bandeirantes, Fernando Mitre, recebeu convidados no lançamento do seu livro "Debate na Veia – Nos Bastidores da Tevê, a Democracia no Centro do Jogo". O presidente do grupo Bandeirantes, Jhonny Saad, marcou presença no evento, que ocorreu na semana passada, no Teatro Áureo Cruz, no Centro do Professorado Paulista (CPP), em São Paulo. O jornalista Boris Casoy mediou um debate que aconteceu durante o encontro.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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