O vereador Eduardo Suplicy (PT) mudou seu entendimento a respeito do caso do colega Camilo Cristófaro (Avante), que proferiu fala racista na Câmara Municipal de São Paulo, e vai apoiar a cassação de seu mandato.

Nesta terça-feira (24), o plenário da Câmara Municipal vai votar a admissibilidade de representações contra Cristófaro. Se for acolhido, o processo prossegue para que sejam ouvidas as testemunhas, além da defesa do parlamentar.

No começo do mês, Cristófaro disse "não lavaram a calçada, é coisa de preto" durante uma sessão da Câmara.

Inicialmente, o petista defendeu a suspensão do mandato de Cristófaro, o que gerou surpresa e frustração nos colegas de oposição do PT e do PSOL.

Nesta segunda (23), após reunião com sua equipe, ele mudou de ideia.

Com a movimentação do petista, Cristófaro fica ainda mais isolado na Câmara. Como mostrou o Painel, Milton Leite (União Brasil), presidente da Casa, tem liderado esforços em defesa da pena máxima para o vereador. ​

"Fiz uma reunião ontem [segunda] com toda minha equipe, 20 pessoas, várias delas negras. Tendo em conta que Cristófaro é reincidente, dado que em 2020 ele foi alvo de um processo de injúria racial, e tendo em conta todas as reflexões que foram feitas, eu, que tinha inicialmente considerado que talvez coubesse suspensão de três ou seis meses, decidi votar pela cassação", diz Suplicy ao Painel.

Nesta terça-feira (24), ele anunciou seu posicionamento em grupo de WhatsApp dos vereadores. "Minha história e o compromisso do PT com o enfrentamento do racismo devem prevalecer nesse momento. Dessa forma, compartilho com vocês meu posicionamento, assim como às vereadoras e vereadores do PSOL e demais partidos de que me colocarei favoravelmente à cassação. O abraço amigo, Eduardo Matarazzo Suplicy", disse o vereador.