O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu para a corte investigar se há omissão da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para combater os bloqueios nas estradas feitos por caminhoneiros insatisfeitos com a derrota do presidente Jair Bolsonaro. (PL)
No pedido, o subprocurador-geral Lucas Furtado chama os caminhoneiros de "baderneiros" e classifica os fatos como de "extrema gravidade", denotando atitudes antidemocráticas e criando clima hostil na sociedade.
"Nessa situação, o mínimo esperado seria uma atitude contundente e certeira dos órgãos públicos correlatos, porém, ao que parece, não é o que está acontecendo", afirma.
O procurador pede a avaliação dos procedimentos que vem sendo adotados pela PRF para combater os bloqueios a fim de verificar se não há indícios de omissão, descumprimento de ordem judicial ou incentivo e fomento aos embaraços.
Caso sejam confirmadas as notícias, pede a abertura de responsabilização dos agentes envolvidos na cadeia decisória da PRF e dos agentes operacionais envolvidos em ações para incentivar atitudes antidemocráticas.
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, disse ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que as manifestações bolsonaristas em rodovias assumiram proporções que "o efetivo ordinário não consegue, por contra própria, resolver o problema" e que haveria necessidade de "mobilização extraordinária de servidores".
Em ofício encaminhado ao ministro nesta terça-feira (1º), ele disse ainda que acionou o Ministério da Justiça pedindo a descentralização de aporte financeiro para que essa mobilização aconteça.
Nesta segunda-feira (31), a Folha teve acesso a vídeos em que os policiais federais dizem que não vão fazer nada em relação aos bloqueios. Em uma das imagens gravadas em Palhoça (SC), um policial diz que a ordem é somente estar no local.
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