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Glauber vê 'assinatura de Lira' em ação no Conselho de Ética

Deputado do PSOL afirma que, se for cassado, sinalização à sociedade será de que quem denuncia 'desmandos e tudo que faz Arthur Lira não tem lugar na Câmara'

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Brasília

Sob risco de ter o mandato cassado no Conselho de Ética, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) vê a digital do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na representação que tramita no colegiado e diz ser alvo de perseguição por ter feito supostas denúncias contra ele.

A votação do parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA) pelo prosseguimento da representação contra Glauber está marcada para esta quarta-feira (11). O deputado é alvo de processo por ter agredido um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) na Câmara dos Deputados em abril.

Deputado, de terno e gravata, discursa em comissão da Câmara
Deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em sessão do Conselho de Ética em 28 de agosto - Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Para Glauber, o processo todo tem articulação direta do presidente da Câmara. "O relator, antes até de ser nomeado, me encontrou nos corredores e disse: 'eu fiquei sensibilizado com sua defesa', 'não podemos deixar isso acontecer, conte comigo'", diz o deputado. "Ele é designado relator e modifica essa posição por uma interferência direta do Lira. A assinatura que está assinando junto com ele ali é a assinatura do Arthur Lira."

Ele atribui ainda a tramitação da representação a falas suas sobre reportagem da Folha que mostrou que a Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados favoreceu Alagoas na divisão das emendas parlamentares de 2024. "Eu cobro no plenário qual é a posição [de Lira] sobre essa coação para desvio de recursos, e coincide, entre aspas, que logo depois eles botam o processo da minha representação no conselho de ética para ser deliberado", diz.

O deputado do PSOL vê também uma movimentação para pautar a representação contra si no mesmo dia em que foi aprovado o parecer pela cassação do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).

"Como eles não tiveram como salvar o Brazão, foi uma forma de procurar entregar a cabeça de um deputado de esquerda para a direita e a extrema-direita", afirma. "Casou isso com o apetite do Lira para calar as denúncias que eu já vinha fazendo."

Ele critica o fato de sua representação estar andando enquanto outras foram "blindadas", como a suspensão do mandato do ex-deputado Daniel Silveira por seis meses e uma ação contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por ter sacado uma arma e apontado para pessoas em São Paulo antes do segundo turno das eleições.

"São inúmeros casos que podem ser relatados para demonstrar que ele ali atuou como um agente blindador de seus aliados ou eventuais aliados e ao mesmo tempo está me perseguindo por ser alguém que denuncia ele", afirma.

Glauber também não descarta recorrer ao Judiciário, caso a cassação de fato ocorra. Para ele, isso mandaria um recado ruim à sociedade. "A sinalização é de que aquele que denuncia os desmandos e tudo que faz Arthur Lira não tem lugar na Câmara, ou seja, naquela Casa não pode ficar."

Procurado, Lira não se manifestou sobre as declarações do deputado.

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