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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo vive seu momento mais difícil

A maior possibilidade ainda é a de conquistar o Brasileiro, mas risco de perdê-lo é claro

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Os últimos três jogos indicaram o São Paulo vivendo dificuldades em dois cenários distintos. Contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, foi bloqueado na faixa central e obrigado a abusar dos cruzamentos, por não ter infiltração. Empatou por 0 a 0 e foi eliminado.

O Bragantino desarmou 26 vezes, 14 no campo de ataque. Mauricio Barbieri confirmou ter treinado para recuperar a bola na saída da grande área são-paulina. Daniel Alves errou na primeira jogada da partida e ofereceu o gol a Claudinho. No final do primeiro tempo, Diego Costa não tinha opção de passe, foi desarmado e o Bragantino marcou seu quarto gol.

Gabriel Sara disputa  a bola com Laércio durante a derrota do São Paulo por 1 a 0 para o Santos neste domingo (10)
Gabriel Sara disputa a bola com Laércio durante a derrota do São Paulo por 1 a 0 para o Santos neste domingo (10) - Amanda Perobelli/Reuters

Em toda a campanha, o São Paulo sofreu três gols por não suportar a pressão na saída de jogo. Dois contra o Bragantino.

O cenário contra o Santos se pareceu mais com o proposto pelo Grêmio. A lentidão da troca de passes diminuiu a chance de invadir a defesa rival. Das 6 finalizações do primeiro tempo, todas fora do alvo, 4 foram de fora da área.

Apesar de a dificuldade do clássico ser a infiltração, o São Paulo sofreu o gol numa bola roubada pelo Santos no ataque. Contra o Grêmio, não sofreu gol, mas um erro de passe resultou numa das boas oportunidades gremistas, finalização de bicicleta de Diego Souza.

Não está bom.

Não é por causa da crise de relacionamento entre Tchê Tchê e Fernando Diniz, que não há. O tom do treinador é importante de se discutir, mas não interfere no ambiente em busca do troféu.

Também não adianta dizer que o São Paulo precisa de mais repertório. A pergunta é: qual? É tão difícil no Brasil haver times com estilo próprio, dada a quantidade de trocas de elencos e de treinadores, que quando uma possui um jeito forte de jogar é preciso apostar no que dá certo.

A questão é que voltar a fazer bem o que se sabe fazer bem. Também criar elementos surpresa. Mas o São Paulo já os procurava em seus melhores momentos, ou não faria gol de escanteio ensaiado, cobrado para fora da área, na vitória por 1 a 0 contra o Sport.

Não se pode acusar Diniz de não tentar novidades, quando troca o zagueiro Léo pelo ponta Vitor Bueno.

Por outro lado, está claro que é preciso recolocar as coisas nos lugares certos. O São Paulo não consegue impor seu estilo, a movimentação de seus meias, que se agrupam do mesmo lado, está bem marcada, a saída de bola vigiada e o time perde a condição de jogar de memória, porque os adversários já decoraram seu estilo. Será um final de campanha difícil e caberá a Diniz fazer a equipe reencontrar a confiança.

Muricy Ramalho estará ao seu lado. Ele era técnico do Palmeiras, em 2009, ano da maior virada de qualquer campeão na história dos pontos corridos. A dez rodadas do fim, o Flamengo estava em sexto, 12 pontos atrás do Palmeiras de Muricy. Terminou campeão.

Atual coordenador, Muricy pode alertar Fernando Diniz sobre questões que atrapalharam a busca pelo seu quarto troféu consecutivo —era tricampeão de 2006, 2007 e 2008 pelo São Paulo.

A maior possibilidade ainda é do São Paulo, de conquistar o troféu depois de 12 anos. Mas o risco de perder é cada vez mais claro. Existe mais pelos erros do que pelos acertos dos rivais.

Na ponta do Lápis
O Palmeiras perdeu 13 pontos contra times da zona de rebaixamento. Poderia estar na briga mais direta pelo título. Mas pode sonhar. Abel Ferreira usou linha de cinco defensores nos últimos dois jogos e Veron como ala. O português ensina a ser polivalente.

O antídoto
O cenário proposto pelo Santos contra o São Paulo será oferecido pelo Boca Juniors na Vila Belmiro, quarta-feira (13). Não pense nos argentinos atacando. Irão se fechar e obrigar o Santos a encontrar o espaço. Pode ser decisiva a capacidade de Marinho chutar de longe.

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