Terra Vegana

Luisa Mafei é culinarista e professora de cozinha a base de vegetais

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Cumbucas (ou bowls, pra quem prefere) são boa porta de entrada para o veganismo

Elas ficam prontas em vinte minutos e levam vegetais, cereais e leguminosas

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Todos nós conhecemos alguém que gostaria de preparar mais refeições 100% vegetais em casa, independente de ser ou não ser vegano.

Talvez você mesmo seja uma dessas pessoas. Ou, se me disser que não é, e que também não conhece ninguém que tenha o desejo de colocar menos produtos de origem animal na cozinha de casa, espero que a tentativa desta colunista em desmistificar a alimentação vegana lhe seja, senão útil, ao menos recreativa.

Cumbuca de vegetais, legumes e cereais preparada por Luisa Mafei
Cumbuca de vegetais, legumes e cereais preparada por Luisa Mafei - Luisa Mafei

Já escutei por inúmeras vezes frases como “eu queria ser vegana, mas não tenho tempo para cozinhar” ou, ainda, “ eu queria cortar os produtos de origem animal, mas não tem nada tão prático quanto grelhar um frango, entende?”.

É claro que entendo. O frango já foi morto, fervido, depenado e esquartejado, restando ao consumidor apenas espalhar um pouco de sal e levar à frigideira. Prometi a mim mesma que não seria uma “vegana chata”. E que me colocaria a serviço de facilitar o preparo de uma refeição à base de vegetais.

Escapou. Sigamos.

Da mesma forma que encontramos bife, peito de frango e filé de peixe embalados no mercado, temos nas prateleiras feijão, ervilha e grão de bico enlatados.

Estas opções são práticas porque nos permitem pular a etapa de deixar essas leguminosas (as fontes por excelência de proteínas vegetais) de molho por pelo menos doze horas, para depois cozer —e ainda lavar a panela no final. Abre-se a lata ou o vidro, escorre-se a água, lava-se os grãos e pronto.

As leguminosas são superversáteis e rendem hambúrgueres, almôndegas, pastinhas para passar no pão (o homus é um clássico) e cozidos diversos como o estrogonofe ou o dahl.

E podem também compor uma cumbuca colorida e cheia de vegetais, a qual insistimos em chamar de “bowls”.

Cumbucas de vegetais, cereais e leguminosas são uma ótima porta para quem quer adentrar a culinária vegetal sem muito esforço. E, depois que a gente aprende a “lógica” da coisa, é um caminho sem volta, porque as opções são infinitas.

Para montar uma boa cumbuca vegana (chame de Buddha Bowl, se quiser) escolha pelo menos um ingrediente de cada grupo:

  1. Cereal ou pseudo-cereal: arroz integral, arroz japonês (gohan), arroz branco ou qualquer outro tipo de arroz, quinoa, trigo sarraceno, painço, sorgo, amaranto, milho ou uma massa curta.

  2. Proteína vegetal (leguminosas): feijão preto, feijão branco, feijão fradinho ou qualquer outro tipo de feijão, grão de bico, ervilha, lentilha, favas, soja, tofu ou edamame.

  3. Vegetais coloridos: beterraba, cenoura, tomate, pimentão, abóbora, brócolis, rabanete, repolho roxo, cebola roxa, pepino.

  4. Folhas: alface, rúcula, escarola, acelga, agrião, couve, almeirão.

  5. Frutas: abacate, abacaxi, morango, manga, laranja.

As folhas e os cereais formam a base da cumbuca, e os demais elementos são acrescentados um ao lado do outro. Quanto mais cor e variedade, melhor, e, para comer com gosto, acrescentamos molhos e texturas —sementes e castanhas tostadas com ervas ou especiarias, por exemplo, que podem ser preparadas em grande quantidade e armazenadas em um pote de vidro hermético por um mês— para enriquecer a experiência.

Não é obrigatório, mas deixa a cumbuca extra gostosa: uma boa colherada de homus e batata (comum ou doce). A batata pode ser cozida no vapor e armazenada na geladeira por até três dias. Na hora de preparar a refeição, é só cortar em rodelas e grelhar.

As cumbucas podem ser servidas quentes ou frias. Para as opções quentes, prefira as folhas resistentes que possam ser refogadas, como a couve, o repolho, a escarola e o almeirão, e salteie os vegetais coloridos (como o brócolis, a cenoura e o pimentão) na frigideira antes de servir. Em vinte minutos preparamos o almoço, desde que as leguminosas estejam cozidas, e as folhas, lavadas e prontas para o consumo na geladeira.

Preparar uma refeição vegana em casa não é nenhum bicho de sete cabeças e, uma vez que testamos e percebemos que a missão pode ser tão prática quanto o preparo da refeição habitual, temos a chance de descobrir que o veganismo é mais sobre incluir do que excluir alimentos do prato.

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