Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Até madeira marca presença no boom de exportações do agronegócio do país

Exportações da madeira em bruto estiveram entre as líderes do agronegócio, quando se comparam as evoluções percentuais dos principais itens

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Em um mês em que a soja foi o grande destaque da balança comercial, a madeira também marcou presença. As exportações da madeira em bruto estiveram entre as líderes do agronegócio, quando se comparam as evoluções percentuais dos principais itens.

Nos quatro primeiros meses de 2021, as vendas externas desse segmento garantiram um aumento de receitas de 96% para os exportadores.

As vendas com a madeira em bruto têm pouca representatividade, quando comparadas com as dos líderes soja, carnes, açúcar, celulose e café, mas o desempenho deste ano mostra um setor bastante ativo. As exportações somaram US$ 66 milhões, não incluídas nesse cálculo as madeiras processadas.

A soja, líder absoluta na balança comercial, obteve mais um recorde. Foram exportados 17,4 milhões de toneladas da oleaginosa, com rendimento de US$ 7,2 bilhões no mês de abril.

Esse volume, nunca registrado antes pelo país, ocorreu porque houve um atraso na colheita. Neste mês, o movimento também deverá ser acentuado.

Com o recorde de abril, as vendas acumulam um volume de 33,6 milhões de toneladas no ano, 5% a mais do que de janeiro a abril do ano passado.

A soja já trouxe US$ 13,6 bilhões de divisas para dentro do país neste ano, 24% acima do valor de 2020.

As exportações do complexo soja, que incluem grão, farelo e óleo, devem render o recorde de US$ 45 bilhões no ano, quase metade das receitas externas do agronegócio.

Com a demanda internacional e as exportações aquecidas, os reflexos da alta de preços recaem sobre o bolso dos produtores que ainda dispõem da oleaginosa para vender.

A saca, mesmo após uma safra recorde, está sendo negociada a R$ 180 no porto de Paranaguá, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Em Cascavel (PR), a saca iniciou o dia a R$ 176 para as vendas físicas, mas, com as quedas na Bolsa de Chicago e do dólar, terminou o período em R$ 174, segundo a AgRural.

O consumidor interno paga a conta por essa intensa saída da soja pelos portos brasileiros. O óleo de soja, um dos derivados da oleaginosa, vem mantendo variações de preços bem acima da inflação, como mostram os dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) desta segunda-feira (3).

As carnes também são responsáveis por boa parte das receitas externas do país. Neste ano, o setor já obteve US$ 4,9 bilhões, com liderança das vendas da bovina, que rendeu US$ 2,2 bilhões.

Apenas em abril, a exportação total de carne fresca, refrigerada ou congelada de aves, bovina e suína somou 576 mil toneladas, 15% acima do volume de 2020.

O Brasil ganha mercado também para o açúcar, e as exportações passam por um bom momento. Neste ano, as vendas externas já renderam US$ 2,45 bilhões, 43% a mais do que as de janeiro a abril do ano passado.

Mas não são apenas as exportações agropecuárias que crescem. À medida que a agricultura evolui no país, aumenta a necessidade de importações, principalmente de insumos.

Nos quatro primeiros meses deste ano, o Brasil já comprou 10,5 milhões de toneladas de fertilizantes lá fora, com gastos de US$ 2,62 bilhões. Esse montante financeiro supera em 24% o de igual período do ano passado.

O ritmo acelerado das exportações de grãos obrigou o país também a importar alimentos que não estavam na lista de compras, pelo menos nas quantidades atuais.

As importações de soja cresceram 125% neste ano; e as de milho, 96%. O movimento de entrada de alimentos no país aumentou 12% no ano, em relação a igual período de 2020, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

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