Drinques do Camélia Òdòdó têm toque de Bela Gil

Coquetéis são feitos com ingredientes como gim orgânico do Paraná ou cachaça de jambu

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São Paulo

Para um restaurante que abre as portas às 9h da matina e começa o menu com itens como tapioca, pães e tostadas, a carta de drinques não é exatamente a principal prioridade. Mas a lista de alcoólicos do Camélia Òdòdó, restaurante de Bela Gil, na Vila Madalena, cumpre bem a função de quem quer completar a experiência gastronômica com algum drinque.

Dos cerca de 20 coquetéis da carta, o carro-chefe é o Gil Tônica (por R$ 43), batizado em homenagem ao pai, Gilberto Gil, e o preferido dos comensais, famosos ou não, que passam pela casa. A bebida —e Bela— virou vidraça para críticos online após ser servido no coquetel que marcou a posse do presidente Lula, em 1º de janeiro —alguns apontaram que faltava brasilidade a uma bebida que usa como base um destilado de origem inglesa.

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Gil Tônica, drinque servido no Camélia Òdòdó, restaurante de Bela Gil, na Vila Madalena - instagram

Mas o gim usado no drinque está bem mais perto do que Londres: o Gil Tônica usa o clássico london dry da Vitória Régia, destilaria nacional (do Paraná) e 100% orgânica. A coloração arroxeada vem da flor de clitória, mas não espere que a bebida seja servida com as pétalas repousando na superfície do copo. O gim já está infusionado e chega à mesa sem o mimo floral.

Um toque de brasilidade —ou do estilo de Bela Gil— é perceptível aqui e ali, como no Jambu Mule, versão do Moscow Mule feito com cachaça de jambu (vendida em miniatura no local). O coquetel é servido com uma espessa espuma de coco, com um toque de gengibre, que persiste até o final do drinque —vale quase como a sobremesa.

O clássico cosmopolitan leva uma infusão de hibisco com morangos no lugar do suco de cranberry; o negroni é acrescido por gelo de suco de cenoura e laranja; o bloody mary ganha especiarias amazônicas; o manhattan leva baunilha; e o Amazônia Libre, releitura da antiga e cafona Cuba Libre, mantém o rum (Havana), mas substitui o refrigerante Cola e o limão por leite de coco e cupuaçu.

Com exceção da sakerinha (R$ 30) e da caipirinha (de R$ 29, com limão, a R$ 33, com outras frutas), todos os drinques custam entre R$ 39 e R$ 43.

Como nos outros itens comestíveis, a carta também indica quais coquetéis são veganos e sem glúten (praticamente todos).

Para completar o tour alcoólico no restaurante, há cervejas da Panc Beer, como a lager e a leve session IPA —com lírio-do-brejo e camélia; e a witbier da Praya. Cervejas nacionais, para evitar polêmica.

Camélia ÒDÒDÓ

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