Gestão não muda, é a mesma de Doria, diz Covas após trocas em secretariado

Prefeito de SP nega distanciamento com governador após série de mudanças em pastas

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), negou nesta terça-feira (15) que as recentes mudanças no secretariado municipal representem um distanciamento do governador João Doria (PSDB) ou a ocupação de um legado deixado pelo ex-governador Marcio França (PSB) após as eleições estaduais. 

“A população pode ficar tranquila. É a mesma gestão e os mesmos compromissos assumidos em 2016”, afirmou Covas. "Se olhar a composição atual do secretariado e a composição [do mesmo] em janeiro de 2017, em relação a afiliados do PSDB, quadros técnicos e pessoas mais ligadas ao prefeito, é a mesma composição”, disse. 

Nesta semana, Covas decidiu nomear mais três secretários e fez sinalizações ao campo progressista e a áreas do PSDB que perderam espaço. “O que importa são as pessoas e a qualidade do trabalho”, disse.

A principal troca feita por Covas foi a de André Sturm, na Cultura, pelo produtor cultural Alê Youssef. Dessa maneira, sai um secretário com relação turbulenta com movimentos sociais e entra um dos principais articuladores do Carnaval de rua paulistano.

A mudança é acompanhada também da entrada do deputado estadual Carlos Bezerra (PSDB), ligado aos direitos humanos e da ala mais à esquerda do tucanato —ele não conseguiu se eleger deputado federal. A presença de Bezerra também é um aceno a Geraldo Alckmin (PSDB), próximo do deputado. 

O deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB) deve assumir um cargo de secretário executivo voltado ao relacionamento com a gestão federal. Ele tentou uma vaga no Senado, sem sucesso. Ex-líder do PSDB na Câmara, Tripoli é ativista na área ambiental, em um momento que a gestão do presidente Bolsonaro tem relação turbulenta com a área. 

Antes disso, Covas havia nomeado para a Educação João Cury Netoex-titular da pasta da mesma área na gestão França. Ele havia sido expulso expulso do PSDB por aliados de João Doria. A troca de Alexandre Schneider por Cury visava atrair França, virtual concorrente do prefeito na disputa. 

França tentou a reeleição ao governo no ano passado, mas foi derrotado por Doria em disputa acirrada de segundo turno. O aceno foi bem visto pelo ex-governador.

ASFALTO

Covas também anunciou nesta terça-feira o fechamento da Usina de Asfalto da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

A massa asfáltica usada para tapar buraco na cidade será produzida por três empresas diferentes que foram licitadas para oferecer o material.

Assim, a produção de asfalto será distribuída por três regiões da cidade: leste, sul e centro-oeste. Atualmente, a fabricação do material ficava concentrada na Barra Funda, o que causava uma série de reclamações dos moradores do entorno por causa do excesso de poluição e barulho dos caminhões que fazem o transporte do material. 

De acordo com o prefeito, a cidade demanda a produção de 2.000 toneladas de asfalto por dia. Desde o ano passado, a usina de asfalto produzia apenas 600 toneladas por dia após acordo feito com a Promotoria de Justiça e Meio Ambiente para reduzir a emissão de poluentes. 

A retomada da produção de 2.000 toneladas por dia deve ser feita a partir de fevereiro, quando as três empresas licitadas vão passar a oferecer o asfalto para a prefeitura. 

No ano passado, o TCM (Tribunal de Contas do Município) reprovou o serviço de tapa-buraco oferecido pela prefeitura por má qualidade do resultado. 

A administração municipal teve que rever o método de aplicação da massa, que passou a ser feito em maior quantidade para evitar que os buracos fossem reabertos logo após o conserto. 

“Por incrível que pareça, usamos a mesma quantidade de massa asfáltica por dia apesar do novo método que demanda mais material”, disse o prefeito. 

O anúncio vem após uma série de embates entre a Prefeitura de São Paulo e a Promotoria de Justiça e Meio Ambiente, que defende interesse dos moradores do entorno diante das inúmeras reclamações sobre poluição gerada pela usina.

O governo estadual, por meio da Cetesb, órgão que regula e controla a poluição no estado, também interveio uma série de vezes para o fechamento da usina, que é discutido desde 2009. 

De acordo com o órgão, que chegou a interditar o endereço em fevereiro, a licença ambiental da usina de asfalto na Barra Funda estava vencida desde 2017. 

No acordo mais recente, a prefeitura havia se comprometido com a Promotoria a fechar a usina em agosto do ano passado, mas a gestão Covas pediu prorrogação do prazo.

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