Augusto Melo trata Fred Luz como CEO, mas clube confirma função de consultor

Presidente afirma que novo contrato vai se reportar somente a ele dentro do Parque São Jorge

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São Paulo

Augusto Melo aceitou uma recomendação da empresa de consultoria E&Y, que atualmente presta serviço ao Corinthians, e contratou um profissional para exercer a função de CEO (Chief Executive Officer), cargo equivalente a diretor executivo. O escolhido foi Fred Luz, que executou trabalho semelhante no Flamengo.

No Parque São Jorge, porém, apesar da missão de liderar uma reforma administrativa no clube, seu cargo oficial não será de CEO e, sim, de acordo com a assessoria do clube, o de consultor, vinculado à empresa Alvarez & Marçal, da qual Fred é um dos sócios.

Essa foi a maneira encontrada pela atual diretoria alvinegra para driblar uma necessidade de aprovação por parte do Conselho Deliberativo para criar o cargo de CEO no estatuto do Corinthians, algo que é alvo de resistência no Parque São Jorge.

Augusto Melo afirma que, da parte dele, nunca foi resistente à ideia. "Isso são narrativas que eles sempre tentaram pregar. Se você pegar desde o início da minha campanha, eu sempre falava que o Corinthians precisava passar por uma profissionalização", disse entrevista à Folha.

Um homem de meia-idade está sentado em uma cadeira, gesticulando com a mão direita enquanto fala. Ele usa uma camisa branca e tem óculos pendurados no colarinho. O fundo é de cor neutra, criando um contraste com a iluminação que destaca seu rosto e expressões.
Augusto Melo, presidente do Corinthians, em entrevista à Folha no CT Joaquim Grava - Danilo Verpa/Folhapress

Segundo o dirigente, Fred vai se reportar somente à presidência. "A gente tem 11 diretorias, 54 departamentos, é muito grande para uma pessoa só tomar conta. Eu viajo a cada um dia e meio, é complicado para eu participar de tudo, o meu dia a dia, eu tenho família também, não tenho mais vida social. O Corinthians precisa também de uma pessoa de mercado, atualizada", explica Augusto Melo.

Questionado se o projeto de profissionalização do clube do Parque São Jorge poderia incluir a transformação do modelo associativo para uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), o mandatário rechaçou a possibilidade. Ele é contra, sobretudo, à ideia de que o Corinthians possa ter um dono.

No começo do mês, o jornalista Juca Kfouri, em sua coluna na Folha, trouxe a informação de que um grupo de investidores estaria disposto a adquirir o clube e as propriedades a ele relacionadas.

A proposta contemplaria, ainda, o pagamento integral das dívidas, bem como um compromisso futuro de abertura de capital para que os torcedores possam comprar quotas.

"O Corinthians não precisa de dono. Nós temos a maior torcida do mundo, a torcida mais consumista do país. O poder de reação do Corinthians, se a oposição, se essas pessoas que querem o mal dessa gestão, elas sabem a força do Corinthians, se elas parassem com isso, o Corinthians saia dessa situação rápido", afirmou Augusto Melo.

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