O
Brasil precisa de uma bolsa-cultura para professor
A Comissão
de Educação da Câmara dos Deputados aprovou
projeto determinando às escolas públicas a obrigatoriedade
de leitura de jornal nas aulas. O problema é que, frequentemente,
o próprio professor de escola pública não
lê jornal -seja porque não tem tempo, já
que dá aula em várias escolas, seja porque simplesmente
não tem dinheiro.
A dura
verdade é que o professor que não lê jornal
dificilmente consegue ser um bom professor. A razão
é simples: desinformado do cotidiano, não vai
conseguir aproximar suas aulas da realidade, tornando-as desinteressantes
e desconectadas do aluno.
Já
temos a bolsa-escola, a bolsa-alimentação e
até a bolsa-reforma agrária. Precisamos da bolsa-cultura.
Consiste num esforço de governo, empresas e comunidades
para facilitar o acesso do professor a bens culturais através
de descontos.
O professor
de escola pública deveria ter facilidades para ir ao
teatro, ao cinema, ter assinatura de revistas e jornais, adquirir
livros. Os cinemas e teatros reservariam ingressos gratuitos
nos dias de menor movimento -muitos deles, afinal, ganham
recursos públicos via incentivos fiscais. E os jornais
e editoras fariam um acordo, apoiados por anunciantes e indústria
do papel, para dar um desconto especial.
O lucro
seria, no final, grande: ajudaria a criar consumidores de
cultura a partir da sala de aula, além de aumentar
platéias e tiragens. E, talvez pudéssemos ter
mais motivos para se comemorar, nesta semana, o Dia do Professor.
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