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Dia 20.12.01

Ao vencedor, o largo da Batata

Começa amanhã uma guerra de arquitetos pela aprovação de um projeto capaz de transformar num cartão-postal uma das áreas mais deterioradas de São Paulo. É o de reurbanização do largo da Batata, ilha de pobreza, congestionada de ônibus e de ambulantes, encravada na Brigadeiro Faria Lima, avenida com um dos metros quadrados mais caros da cidade.

A Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) divulga, no Centro Tomie Ohtake, as normas do concurso de revitalização do largo da Batata. A idéia é criar uma praça que englobe o largo de Pinheiros e estimular na região o desenvolvimento de um novo perfil de atividades econômicas, baseado em serviço, comércio e cultura - o projeto vai ter de levar em conta que, em breve, será construída ali uma estação de metrô.

Está em elaboração proposta de empresários que dá noção do tipo de negócio que, na visão da Emurb, seria mais adequado ao novo largo da Batata. Ladeando o largo, há um esqueleto de vigas de ferro numa gigantesca área deixada pela Cooperativa Agrícola de Cotia. Investidores querem erguer naquele terreno um shopping de design sofisticado e de arte contemporânea; seriam lojas de estilo semelhante ao das que existem na praça Benedito Calixto, também em Pinheiros.

Professor de história do urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Dacio Ottoni está há vários meses trabalhando no projeto para transformar o ponto congestionado, poluído e barulhento numa conquista dos pedestres e, ao mesmo tempo, torná-lo atraente a quem procura escritórios sofisticados. Há uma força histórica no empreendimento: nas proximidades do largo, surgiu o primeiro povoamento de São Paulo.

Dacio Ottoni entrará na disputa, mas teme a crônica dos desperdícios. "Estou cansado de ver concursos produzirem projetos maravilhosos, cujo destino é a gaveta." O presidente da Emurb, Maurício Faria, diz que, desta vez, o vencedor não irá decepcionar-se - e até mesmo será chamado a participar da obra.

Graças às verbas da Operação Urbana Faria Lima (recursos obtidos da autorização de construção além do permitido), estão reservados no caixa da prefeitura - e só podem ser gastos nesse projeto- R$ 60 milhões.

Nesse concurso, a criatividade tem limite exato, mais precisamente os R$ 60 milhões. Para vencer, o arquiteto terá de provar, em detalhes, que suas idéias cabem no orçamento.

 

 
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