Uns dizem que tudo começou com as ações contra o Nafta, o acordo de livre comércio entre EUA, Canadá e México, sete anos atrás. Foi quando surgiram os zapatistas, quando se mostrou ao mundo a máscara do subcomandante Marcos.

No Brasil, é possível jogar a data para um pouco antes, para o final dos anos 80, quando ganhou projeção o MST.

Mas outros garantem que tudo só foi começar mesmo há dois anos, quando o movimento estudantil americano achou uma nova bandeira. Foi o ano da campanha contra as redes de lojas de roupas, tipo Gap.

Surgiram então os Estudantes Unidos contra as Lojas de Roupas, a tendência que revitalizou a ação política nas universidades e marcou as manifestações de Seattle, em novembro de 99, contra a Organização Mundial do Comércio.

Seja lá quando nasceu, o "novo movimento", com seu arco-íris de grupos políticos, está com data nova para uma manifestação "diversiforme", à Seattle. Será em Praga, dia 26, quando abre a 55ª reunião do FMI e do Banco Mundial.

Na verdade, começa um pouco antes, já dia 22, com um festival para esquentar as manifestações, que pretendem reunir mais gente do que em Seattle.

É o Festival Cultural da Arte de Resistência, como foi batizado, que os organizadores dizem que vai buscar "uma síntese dinâmica entre arte e ação". Terá música, artes plásticas, teatro, performance etc.

Quem estiver interessado pode obter informações sobre acomodação em Praga e outras, clique aqui.

Mas o que é o "novo movimento", afinal? Sem querer avançar demais e temerariamente o sinal, já dá para dizer:

1. Ele rejeita a direção centralizada de suas ações;

2. uma de suas palavras-chaves é convergência, de grupos diversificados e indivíduos;

3. ele incorpora a web como meio de agit-prop e como modelo de organização;

4. ele não se vincula à democracia representativa;

5. ele questiona a globalização, o neoliberalismo, as corporações, em suma, a opressão ao que chama de Sul Global.

É isso tudo o que estará lá, em Praga, dia 26.

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