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| 29 de outubro | |
| A festa de Marta; a sobrevida de Maluf | |
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Marta
Suplicy deve estar muito contente agora, já comemorando
que a pesquisa de boca-de-urna a coloca como a nova prefeita de
São Paulo. Não é para menos, numa só
tacada derrotou o malufismo e se tornou a prefeita de uma das maiores cidades do mundo. Não é pouco e a
comemoração é justa. Mas
a partir de agora ela vai ter um trabalhão para não
passar para a história apenas como a segunda mulher a ocupar
o Executivo municipal de São Paulo. Nessa
nova missão, terá ao mesmo uma facilidade e muitas
dificuldades. Vamos
primeiro à facilidade. Marta vai assumir uma cidade totalmente
descuidada. A administração Celso Pitta foi de fato
um desastre e, mesmo que ela fique à toa em seu gabinete
pelos próximos quatro anos, não vai conseguir piorar
a situação. Foram
quatro anos (se não quisermos somar os outros quatro de
Paulo Maluf) de desmandos, corrupção, cidade loteada,
falta de obras, falta de prioridades, falta de rumo. Pitta deixa
a prefeitura como um dos piores prefeitos que a cidade já
teve. Com
isso Marta pode contar. Sobre essa quase terra arrasada, leva
vantagem porque a comparação já é
de saída muito favorável a ela. Agora
falemos das dificuldades. Marta
vai assumir a prefeitura carregando uma expectativa muito grande
da população. Os mesmo quatro anos de Pitta fizeram
as pessoas ansiarem por uma administração 100% digna,
livre da corrupção. Qualquer deslize cometido por
um subordinado da nova prefeita será visto como um fracasso
de toda a administração. Afinal, elegemos a Marta
para limpar toda essa sujeira, vão dizer os eleitores.
E
as expectativas não se resumem à decência
administrativa. São Paulo tem mais de 100 quilômetros
de congestionamento todos os dias, déficit habitacional,
déficit educacional, déficit na área da saúde,
violência etc. E a partir de primeiro de janeiro vão
começar as cobranças. Cadê aquela candidata
que falava no social, que falava que melhoraria a cidade, vão
logo esbravejar os malufistas e neopetistas. Além
disso, muitas correntes que se juntaram para apoiar Marta na disputa
contra Maluf passam a ser oposição a partir de 1º
de janeiro. Porque ninguém acredite que interessa ao PMDB,
PSDB ou ao PSB que Marta faça um governo magnífico,
que a credencie para uma disputa ao governo do Estado ou quem
sabe à Presidência em 2002. A
partir de janeiro volta o cada um por si, com invejas e intrigas
pululando por todo lado. Outra
batalha de Marta será contra o próprio partido.
Não há dúvidas de que o PT está mais
maduro hoje do que quando assumiu pela primeira vez a prefeitura
de uma cidade gigantesca, como em 89, com Luiza Erundina. Naquela
época, Erundina sofreu muito com a influência do
partido e com um estilo assembleísta que fazia o governo
se reunir dias, semanas a fio com os outros membros do PT apenas
para tomar uma decisão que deveria ser imediata. O
partido está mais maduro, mas ainda mantém muita
divergência interna. Mas
deixando tudo isso de lado, Marta tem mesmo razão de comemorar
hoje. Quanto a Maluf, como sempre ele deve ir agora passar uns
tempos na Europa. Depois, volta e já começa a pensar
em 2002. Afinal, o total de votos que conseguiu e o fato de ter
ido para o segundo turno mostram que ele conseguiu, ao menos em
parte, exorcizar o fantasma Pitta e uma sobrevida política.
Clique
aqui para ler o
texto que está aqui antes da divulgação da
pesquisa de boca-de-urna RAZÕES
PARA GOSTAR DE SER BRASILEIRO Acabou.
Chegou a 200 o número de razões para gostar de ser
brasileiro. Com isso, está encerrada mais essa enquete. As
razões irônicas ficaram mesmo na dianteira. São
74 ao todo, seguidas das razões patrióticas (41),
esportivas (32) e anatômicas/sexuais (16). Razões
que não se enquadram em nenhuma das categorias somam 37.
É
possível tirar alguma conclusão disso? Não,
gritam os especialistas em pesquisas, que logo irão dizer
que a amostra é viciada porque inclui apenas pessoas que
têm acesso à Internet, que algum dia leram essa coluna
e que tiveram paciência de enviar uma sugestão. OK,
a intenção não era mesmo chegar a uma tese,
mas se divertir. E isso foi possível. Hoje eu sei que o
brasileiro tem orgulho da goiaba, de tomar guaraná, de
ser compatriota da Gisele Bündchen. Fica também perceptível
o ódio aos políticos em geral e a alguns em particular.
Assim como a definição do inimigo público
número um: o juiz Lalau.
1-
Porque o brasileiro é amável com todos, por exemplo:
ama as putas e elege os seus filhos, diz Fábio de Carvalho |
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