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Domingo, 10 de setembro de 2000

O COLUNISTA RESPONDE


Rodrigo Bueno
     


‘‘Gostaria de comentar com você o baixo nível da Copa João Havelange em que o melhor time é o Fluminense. Será que o Uruguai de hoje é o Brasil de amanhã? Onde estão os craques? Outra questão são as equipes européias de ponta e as grandes contratações. Como pode uma equipe como o Real Madrid ter US$ 250 milhões de dívidas? Tem alguma coisa estranha nessa história. Você não acha? Eu estou achando isso ótimo porque odeio o Real. Na Copa dos Campeões passada, eles tiraram o Manchester sem jogar bola.’
Rodrigo Meneses

Sobre a Copa João Havelange, acho que o torneio está muito ruim mesmo, como escrevo na minha coluna deste domingo. Os times estão meio desmotivados depois de tudo o que aconteceu. É até normal e merecido o Fluminense estar em primeiro. Os próprios torcedores estão desmotivados. Agora, estamos longe de ser um Uruguai. Somos um país enorme, com muito mais jogadores e times. Por mais que não tenhamos grandes laterais-direitos ou zagueiros hoje, isso vai mudar a qualquer hora. Sobre o Real, entendo que o time foi competente na última Copa dos Campeões e mereceu o título (o Manchester foi burocrático demais e pagou por isso). Sobre as dívidas do Real, só posso entender que as muitas contratações feitas pelo ex-presidente deram nisso. Lorenzo Sanz jogava dinheiro pela janela e tinha muita amizade com alguns dos principais empresários do mundo (lógico que falam em ‘‘lavagem de dinheiro’’). E o novo presidente, Florentino Pérez, logo de cara, gasta quase US$ 57 milhões em um só jogador. É isso.

‘‘Gostaria muito ver a imprensa questionando os dirigentes e parceiros de clubes ao invés de aceitar as explicações vagas que estes apresentam sobre as negociações de atletas. Gostaria de saber o que é um bom negócio para os dirigentes atuais.’’
Paulo Roberto Ferreira

Os questionamentos sobre as parcerias são até comuns na imprensa. Apenas não têm muita profundidade porque os contratos que estão sendo feitos são escondidos a sete chaves. O que acontece com o torcedor em geral é que ele espera que o parceiro vai injetar uma fortuna no time sem grandes objetivos. Ninguém é bobo no mercado. Parmalat, Hicks Muse, seja a multinacional que for, oferece condições invejáveis para os times inicialmente, mas não perdem a oportunidade de multiplicar seus investimentos com a venda de atletas supervalorizados. Uma mão lava a outra. Isso é o que a maioria dos dirigentes dos grandes clubes brasileiros vêem como um bom negócio hoje.

E-mail:
rbueno@folhasp.com.br



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