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Gostaria de comentar com você o baixo nível
da Copa João Havelange em que o melhor time é o Fluminense.
Será que o Uruguai de hoje é o Brasil de amanhã?
Onde estão os craques? Outra questão são as
equipes européias de ponta e as grandes contratações.
Como pode uma equipe como o Real Madrid ter US$ 250 milhões
de dívidas? Tem alguma coisa estranha nessa história.
Você não acha? Eu estou achando isso ótimo porque
odeio o Real. Na Copa dos Campeões passada, eles tiraram
o Manchester sem jogar bola.
Rodrigo Meneses
Sobre a Copa João Havelange, acho que o torneio está
muito ruim mesmo, como escrevo na minha coluna deste domingo. Os
times estão meio desmotivados depois de tudo o que aconteceu.
É até normal e merecido o Fluminense estar em primeiro.
Os próprios torcedores estão desmotivados. Agora,
estamos longe de ser um Uruguai. Somos um país enorme, com
muito mais jogadores e times. Por mais que não tenhamos grandes
laterais-direitos ou zagueiros hoje, isso vai mudar a qualquer hora.
Sobre o Real, entendo que o time foi competente na última
Copa dos Campeões e mereceu o título (o Manchester
foi burocrático demais e pagou por isso). Sobre as dívidas
do Real, só posso entender que as muitas contratações
feitas pelo ex-presidente deram nisso. Lorenzo Sanz jogava dinheiro
pela janela e tinha muita amizade com alguns dos principais empresários
do mundo (lógico que falam em lavagem de dinheiro).
E o novo presidente, Florentino Pérez, logo de cara, gasta
quase US$ 57 milhões em um só jogador. É isso.
Gostaria muito ver a imprensa questionando os
dirigentes e parceiros de clubes ao invés de aceitar as explicações
vagas que estes apresentam sobre as negociações de
atletas. Gostaria de saber o que é um bom negócio
para os dirigentes atuais.
Paulo Roberto Ferreira
Os questionamentos sobre as parcerias são até comuns
na imprensa. Apenas não têm muita profundidade porque
os contratos que estão sendo feitos são escondidos
a sete chaves. O que acontece com o torcedor em geral é que
ele espera que o parceiro vai injetar uma fortuna no time sem grandes
objetivos. Ninguém é bobo no mercado. Parmalat, Hicks
Muse, seja a multinacional que for, oferece condições
invejáveis para os times inicialmente, mas não perdem
a oportunidade de multiplicar seus investimentos com a venda de
atletas supervalorizados. Uma mão lava a outra. Isso é
o que a maioria dos dirigentes dos grandes clubes brasileiros vêem
como um bom negócio hoje.
E-mail: rbueno@folhasp.com.br
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03/09/2000 - Veja
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20/08/2000 - O jogo do milhão
13/08/2000 - Os jogos da Nike
06/08/2000 - Pré-temporada de luxo
30/07/2000 - Século brasileiro
23/07/2000 - Troca de Comando
16/07/2000 - Caça às
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09/07/2000 - Brasil-2018
02/07/2000 - Campeões melhores
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25/06/2000 - Desunião européia
18/06/2000 - A volta dos gols
11/06/2000 - Quanto vale o show?
04/06/2000 - Camisa 10 da seleção
28/05/2000 - Licença para jogar
21/05/2000 - Saem os clubes
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14/05/2000 - "Minhas Desculpas"
07/05/2000 - "Gatos" na Nigéria
30/04/2000 - Presente e Passado
23/04/2000 - Superligas
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