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Domingo, 10 de setembro de 2000

Dando a cara para bater

Rodrigo Bueno
     


Diego Medina

Há quase um ano escrevi uma coluna com meus favoritos aos títulos dos principais campeonatos nacionais do mundo. Quebrei a cara feio, acertando só três dos meus nove palpites.

Pedi desculpas no final da temporada passada aos leitores e disse que não daria mais palpites. Mas recebi manifestações de apoio e pedidos para que seguisse com a prática, pois palpites são ‘‘loteria’’ (entendia em 99 que os torneios seriam previsíveis e arrisquei com segurança os vencedores, o que aumentou o vexame).

Agora, o quadro me parece bem diferente, com muito mais equilíbrio em quase todos os campeonatos nacionais, o que torna mais difícil um acerto nos palpites (já arranjei aqui a desculpa para as possíveis ‘‘apostas furadas’’). Assim como a Copa João Havelange, a versão 2000 do Campeonato Brasileiro, os torneios europeus não apresentam superfavoritos. Com raras exceções, é nítido um nivelamento maior dos grandes clubes (na Copa JH, o nivelamento, infelizmente, é por baixo).

Itália: normalmente, já é um torneio que dificulta prognósticos. Com os times de Roma cada vez mais competitivos, a disputa fica mais intensa. Porém nada de muro: a Lazio será bicampeã.
Espanha: após o título do La Coruña e a ascensão do Valencia, apostar na dupla Real Madrid e Barcelona já não é algo tão óbvio. Mesmo assim, por ter tirado o português Figo de seu maior rival, especialmente, acredito no Real.

Inglaterra: o Manchester United é o postulante mais lógico, mas a diferença para os rivais diminuiu (principalmente para o Arsenal). Até como presente de despedida para Alex Ferguson, que está terminando sua era no clube, invisto no Manchester.

Alemanha: o Bayern de Munique segue como a potência do país e pode aproveitar a queda de adversários, como o Bayer Leverkusen, sem Emerson. Talvez, seja o palpite mais fácil: Bayern.

França: tradicionalmente, é um torneio aberto a vários candidatos, situação que aponta para a condição mediana da maioria dos times do país. O Paris Saint-Germain, que apostou alto em Anelka, recebe minha aposta.

Holanda: território do Ajax invadido por vezes pelo PSV e pelo Feyenoord. Como o poderoso clube de Amsterdã continua se desfazendo de valiosos soldados e ainda não repôs devidamente seu esquadrão, coloco as fichas no rival mais armado, o Feyenoord.

Portugal: o reinado do Porto foi interrompido na temporada passada, mas a coroa ainda não parece totalmente segura em Lisboa. Por mais que Benfica e Sporting tenham enriquecido, acho que o trono será ocupado pelo Porto.

Voltando as atenções para a América do Sul, a situação na Argentina não é muito diferente da vista na Europa. Boca Juniors e River Plate vivem quase um empate técnico. Times periféricos, como San Lorenzo, fazem pequena ameaça aos líderes. A corrida está apenas no começo, mas, com Ortega, Aimar, Saviola e Angel, voto sem muita dúvida no River.

No Brasil, onde as opções são as mais variadas, já tenho uma escolha. No ano passado, acertei em cheio com o Corinthians, meu maior mérito entre todos os palpites. Agora, volto a preferir o fundo HMTF, só que aplico no Cruzeiro.



Notas

Olimpíada
Ouro para o Brasil, prata para a Itália e bronze para a Espanha. Wanderley Luxemburgo sai ileso de tudo, infelizmente, e segue até 2002.

Copa dos Campeões
Um verdadeiro tiro no escuro entre tantos atiradores de elite: o Milan de Shevchenko.

Copa da Uefa
Um outro tiro, só que não tão no escuro e sem ter tantos atiradores de respeito por perto: a Inter de Milão de Vampeta.

Copa Mercosul
Mais um tiro: Flamengo de Denílson, Edílson e Gamarra.

Coluna
Confirmado: fica três semanas ausente do jornal, mas segue em sua versão eletrônica, com variadas seções. Após a Olimpíada, ela volta, até para responder aos leitores irados ou eufóricos com os palpites.

E-mail:

rbueno@folhasp.com.br



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