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'Odeio meus peitos': veja as alternativas para quem tem seios grandes, pequenos ou ginecomastia

Redução de mamas, prótese de silicone e tratamento com hormônios ajudam adolescentes insatisfeitos com o corpo

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São Paulo

Ter dilemas com o próprio corpo é comum em todas as fases da vida, mas na adolescência essa sensação pode ficar tão forte que parece insuportável. Os seios ou mamas são uma das partes com mais queixas dos adolescentes: ou são grandes demais, ou são pequenos demais, ou não deveriam nem existir. Isso tem solução?

De acordo com os médicos, tem, sim. Só pode ser que ela não aconteça exatamente na hora que se gostaria. Veja abaixo o que eles dizem a respeito dos problemas mais frequentes apontados pelos adolescentes.

Mulher com gigantomastia - Alessandro Grandini - stock.adob

SEIOS GRANDES DEMAIS

Em casos assim, a única alternativa é a cirurgia de redução de mamas. A idade ideal para fazer essa operação é depois dos 18 anos, mas nos casos de gigantomastia essa idade pode ser reconsiderada. Não há um tamanho universal que define o que é a gigantomastia —o que determina isso é quando os seios são tão grandes que ficam desproporcionais ao corpo, causando problemas posturais e psicológicos.

"Nos casos graves de gigantomastia, realizamos a cirurgia após os 15 anos, para evitar prejuízos funcionais e psicológicos", explica o cirurgião plástico Henrique Lopes Arantes, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro ativo da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) e membro internacional da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS).

No geral, a redução de mamas é indicada quando elas causam problemas como limitação para esportes, dificuldade de usar roupas de banho e alterações psicológicas, afirma o médico.

Cirurgia

"A cicatriz mais comum é a em âncora, ao redor da aréola, vertical e horizontal, bem no sulco mamário). É necessário ficar 30 dias sem atividade física, e evitar elevar os braços por 15 dias. Usamos cola cirúrgica, que é uma proteção extra da cicatrização, permitindo tomar molhar. Após 15 dias, a removemos, sem necessidade de usar pontos externos."

A dor no pós-operatório é leve, diz Henrique, e não será possível amamentar no futuro.

SEIOS PEQUENOS DEMAIS

No geral, meninas insatisfeitas com o tamanho dos seios podem colocar próteses de silicone depois dos 18 anos de idade. Mas há casos em que os médicos topam abrir uma exceção e fazer a cirurgia antes disso.

Mulher segura próteses mamárias de silicone - Artem Bruk - stock.adobe.com

"[São exceções] Os casos de mamas muito pequenas e que não se desenvolveram adequadamente e, principalmente, nos casos de mamas tuberosas. São mamas com uma base muito estreita e queda precoce, com pouco volume no polo superior", explica o cirurgião plástico Henrique Lopes Arantes, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro ativo da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) e membro internacional da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS).

O médico afirma também que, caso meninos queiram colocar próteses, há um caminho diferente e mais complexo a seguir, mesmo quando há a autorização dos responsáveis. "Existe todo um processo legal para cirurgias de mudanças de sexo, mastectomia masculinizadora ou próteses em homens. É preciso uma avaliação multidisciplinar para indicar esses tratamentos", diz.

No caso das meninas, Henrique explica que o tamanho da prótese é definido em conjunto pela paciente e pelo médico. "Hoje podemos simular em 3D o resultado final e isso ajuda muito a paciente decidir pelo tamanho. O médico tem a função de orientar os prós e contras de cada volume, mas a paciente é quem decide no final."

É bom que se saiba, no entanto, que há algumas restrições e não dá para colocar a maior prótese do mundo, se o físico não comportar isso. É preciso, afirma Henrique, respeitar o tamanho do tórax e a base das mamas.

Cirurgia

A cicatriz da cirurgia costuma ter entre três e quatro centímetros no sulco mamário inferior, ao redor da aréola ou na axila. Segundo o médico, a dor é tolerável e, no futuro, a amamentação das que desejarem ter filhos estará garantida.

"É um pós-operatório tranquilo e em uma semana a paciente retorna às atividades normais. Mas a musculação do peitoral deve ser evitada por um mês", completa o médico.

Antigamente, havia a necessidade de trocar as próteses depois de um certo tempo. Hoje, diz Henrique, as coisas são diferentes.

"Não há mais prazo pré determinado para a troca, e só a realizamos se houver alguma mudança estética com envelhecimento, alteração de peso ou amamentação. Outro motivo seria um endurecimento da cápsula ao redor da prótese, porém isso ocorre muito pouco atualmente."

GINECOMASTIA (MAMAS GRANDES EM MENINOS)

Há casos em que meninos têm um aumento das mamas, o que pode causar não só dor, mas também vergonha. O problema ganha o nome de ginecomastia verdadeira quando esse aumento acontece no tecido glandular da mama, além de poder haver gordura ao redor —quando só há aumento da mama por conta de obesidade, aí o nome é pseudoginecomastia.

Homem tem as mamas examinadas por médico - HENADZY - stock.adobe.com

Causas

Quem explica é Danielle Ramos Martin Matsumoto, mastologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Ela diz que as causas da ginecomastia não são completamente conhecidas, mas que um dos principais fatores costuma ser um desequilíbrio nas concentrações hormonais.

"Os estrogênios e androgênios estão presentes nos homens e nas mulheres, mas os primeiros apresentam-se em níveis mais altos nas mulheres, ao passo que os androgênios são os principais responsáveis pelas características físicas dos homens, inclusive impedindo que a glândula mamária se desenvolva como nas mulheres", afirma.

A ginecomastia costuma aparecer nos adolescentes entre os 13 e 14 anos, mas pode acontecer um pouco antes disso. A mastologista diz que em 90% das vezes o quadro regride de maneira espontânea depois de um a três anos, quando a produção dos hormônios se equilibra.

Tratamento

Por isso, de início os médicos preferem observar a evolução do problema. Se ficar constatada que a causa da ginecomastia é o uso de um medicamento, aí ele será trocado ou suspenso (antibióticos, antifúngicos, remédios para gastrite ou para o tratamento da queda de cabelo ou acne, antidepressivos, anabolizantes, álcool e maconha são algumas das substâncias que podem provocar a ginecomastia, segundo Danielle Matsumoto).

Já se for uma questão hormonal, como a deficiência da produção de testosterona, o hipotireoidismo ou doenças da hipófise, o tratamento vai ser para equilibrar isso. E, quando as mamas não voltam ao tamanho adequado, a opção vai ser por um tratamento medicamentoso.

Cirurgia

"Se o menino já esperou o tempo de observação e não regrediu, ou se é um quadro muito exuberante, a gente vai começar a fazer o planejamento cirúrgico, caso seja o desejo dele e caso haja um prejuízo de qualidade de vida", afirma.

A cicatriz da cirurgia, explica Danielle, costuma ser ao redor da aréola, e fica quase imperceptível. Um dos riscos é que, se for mal feita, a cirurgia pode causar um afundamento na região. "Às vezes, se a gente retira um tecido maior, pode ser necessária a colocação de dreno. Então, ele fica ali com um caninho, no tórax, bilateralmente. O dreno é retirado após cinco dias, em média.

Repouso sem atividade física e escola liberada depois de 15 dias também costumam fazer parte do pós-operatório. "E não precisa usar sutiã, tá? Não há necessidade. No máximo uma faixa compressiva nos primeiros dias".

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