Esqueça 'The Idol', veja bons filmes e séries sobre músicos ficcionais no streaming

Edição da newsletter Maratonar indica nove produções sobre bandas e artistas que não existem no mundo real

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São Paulo

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O nosso fascínio pela vida dos ricos e famosos somado à curiosidade sobre os mistérios do processo criativo que dá origem a objetos artísticos que amamos tornam a história de músicos um tema comum para filmes e séries. Tão comum que um levantamento superficial para a composição desta lista tinha cerca de 50 títulos.

Reunimos aqui apenas histórias de bandas e músicos que não existem, mas que são quase tão reais quanto as figuras que os inspiram.

Kevinho e Jottapê em cena de 'Sintonia', série da Netflix - Vans Bumbeers/Netflix

"The 40 Year-Old Version"

Um dos melhores filmes de 2020, mas que caiu naquele buraco negro da pandemia. Escrito, dirigido, produzido, estrelado e inspirado por Radha Blank, foi premiado no festival de Sundance.

Blank interpreta Radha, uma dramaturga e professora de ensino médio que sente o peso da chegada do 40º aniversário diante de uma carreira que não desabrochou como ela esperava. Sofrendo com as concessões que tem que fazer para que sua peça seja encenada —com o patrocínio de um produtor branco—, Radha começa a escrever raps para extravasar suas frustrações, sob o pseudônimo de RadhaMUSprime.

Disponível na Netflix, 129 min.

"Band-aid"

"E se a gente transformasse todas as nossas brigas em músicas?". É em resposta a essa pergunta que Anna (Zoe Lister-Jones) e Ben (Adam Pally) decidem formar uma banda. Casados há alguns anos, enfrentando problemas financeiros e de fertilidade, Anna e Ben estão a caminho de uma separação. Fazer música juntos, porém, parece ser a solução de seus problemas —ao menos temporariamente.

Uma comédia romântica simpática, mas que não foge dos aspectos mais abrasivos de seus personagens. Sofre, como costuma acontecer com coisas que têm a participação de Fred Armisen ("Wandinha"), de um excesso de Fred Armisen. Mas a premissa é divertida, o casal central tem química e as músicas são boas.

Escrito, produzido e dirigido por Lister-Jones com o auxílio de uma equipe composta inteiramente de mulheres. A diretora também coescreveu todas as músicas da banda com o músico Kyle Forester, e a trilha sonora é da banda Lucius, que já gravou com Harry Styles.

Disponível para aluguel em Google Play, ClaroVideo, Amazon e iTunes. 91 min.

"Coração Louco"

Um filme com uma história bem tradicional, mas que tem atuações sólidas e uma trilha sonora com canções de T Bone Burnett e Ryan Bingham que o colocam acima da média. Bad Blake (Jeff Bridges) foi um cantor country de sucesso, mas hoje viaja de carro fazendo shows minúsculos entre um porre e outro. Em Santa Fé (Novo México), conhece a jornalista Jean (Maggie Gylenhaal), com quem começa um relacionamento. A nova namorada e o filho dela, Buddy, 4, inspiram Bad a largar a bebida, se tornar uma pessoa melhor e voltar a compor, mas a jornada nunca é tão simples. Rendeu a Bridges o Oscar de Melhor Ator e venceu também o prêmio de Melhor Canção Original por "The Weary Kind".

Disponível na Star+. 118 min

"Juliet, Nua e Crua"

Baseado no livro de mesmo nome de Nick Hornby, de "Alta Fidelidade". Annie (Rose Byrne) se sente presa em sua cidadezinha inglesa, seu trabalho como curadora num museu local e seu relacionamento com Duncan (Chris O’Dowd), um professor obcecado com Tucker Crowe (Ethan Hawke), um roqueiro que desapareceu após alguns sucessos no começo dos anos 90. Reviravoltas colocam Annie e Tucker em contato por email, até que ele resolve ir a Londres visitar uma de suas filhas e o par aproveita a oportunidade para se conhecer na vida real.

Não merece o status que tem, de um dos filmes mais esquecidos da filmografia de Hornby —sua bilheteria foi baixíssima. Byrne é sempre carismática, e aqui é convidada a mostrar um lado mais doce e melancólico que seus personagens nem sempre têm. E Hawke é a figura certa para fazer um galã dos anos 90, ainda que Tucker pareça ter mais arrependimentos que seu intérprete.

Disponível na HBOMax. 97 min

"Maldito Rap"

Criado por Issa Rae ("Insecure"), o seriado acompanha duas mulheres, Shawna Clark (Aida Osman) e Mia Knight (KaMillion), que retomam a amizade do colégio e decidem começar um grupo de rap. Moradoras de Miami, as duas vivem de subempregos e bicos, e contam com as redes sociais para tentar deslanchar —um dos aspectos elogiados da série é justamente a maneira com que Instagram, TikTok, OnlyFans e outras mídias são usadas e mostradas, quando sucesso e viralidade são a mesma coisa.

Disponível na HBOMax. Uma temporada, 8 episódios de meia hora cada um. Já foi renovada para uma segunda temporada

"Nos Bastidores da Fama"

Noni Jean (Gugu Mbatha-Raw, de "San Junipero") é uma espécie de Britney Spears de um universo paralelo: uma estrela pop mundial com uma relação complicada com a fama, a família e a intersecção das duas coisas. Sua mãe, Macy (Minnie Driver), é também sua agente, e coloca a ambição acima de tudo. Numa crise, Noni tenta o suicídio, mas é salva por Kaz (Nate Parker), um policial e aspirante a político que trabalha na equipe de segurança da cantora. O romance que se inicia pode ser a salvação para Noni, mas também o fim de sua carreira.

Disponível no Prime Video. 116 min.

"Quase Famosos"

O diretor Cameron Crowe ("Jerry Maguire") emprestou da própria história para escrever este filme sobre William (Patrick Fugit), repórter adolescente da revista Rolling Stone que é pautado para acompanhar a turnê de uma banda em ascensão, Stillwater, em 1973. Além de ser recheada de clássicos do rock, a trilha sonora do filme inclui canções originais escritas para o Stillwater por Peter Frampton e Nancy Wilson, da banda Heart. Um desavisado poderia acreditar que "Fever Dog" tem 50 anos.

Disponível no Star+. 123 min.

"Sing Street"

"Sing Street" é o tipo de filme que nasceu para a "Sessão da Tarde": é fofinho, um pouco mágico e um pouco desconjuntado, mas todos os seus defeitos são contrabalançados por um excesso de charme e músicas-chiclete.

Na Irlanda, em meados dos anos 1980, o adolescente Conor (Ferdia Walsh-Peelo) decide montar uma banda para impressionar Raphina (Lucy Boynton). Em meio a turbulências familiares que o obrigam a mudar de escola, ele conta com a orientação musical do irmão mais velho, Brendan (Jack Reynor), e os talentos de colegas e vizinhos.

As músicas da banda são de fato bem feitas ("Drive It Like You Stole It" em especial) e não sem motivo: o diretor do filme é John Carney ("Apenas Uma Vez"), que antes de se tornar cineasta, tocou na banda The Frames (algo como um Os Titãs da Irlanda). Contribuiu ainda o cantor Adam Levine, do Maroon 5 —mas não deixe isso te desencorajar de assistir ao filme.

Disponível na HBOMax. 106 min.

"Sintonia"

Três amigos moradores da favela paulistana da Vila Áurea, Doni (Jottapê), Nando (Christian Malheiros) e Rita (Bruna Mascarenhas), seguem caminhos diferentes para tentar crescer na vida. Doni quer ser um funkeiro de sucesso, enquanto Nando se filia a uma facção criminosa e Rita entra para uma igreja evangélica. Criada pelo produtor musical e sucesso do YouTube brasileiro Kondzilla, a série da Netflix tem trilha sonora de Tropkillaz e funks originais produzidos por MC EZ e interpretados por Jottapê.

Disponível na Netflix. Três temporadas, 18 episódios. A quarta temporada estreia no dia 25 de julho

Registro o meu protesto: não encontrei em nenhum serviço, nem para alugar, "Her Smell", com Elisabeth Moss. O povo brasileiro aguentou "O Conto da Aia" até o fim e merece vê-la em seu melhor papel (depois de "Mad Men", é claro) como uma espécie de Courtney Love em espiral decadente. O filme ficou um tempo no Tubi, mas sumiu. Se eu estiver errada, ficarei feliz em publicar aqui a correção.


O que está chegando

As novidades nas principais plataformas de streaming

"Sequestro no Ar"

E se em vez de "24 Horas", Jack Bauer tivesse apenas sete horas? E se ele estivesse num avião? E fosse o Idris Elba? Essas e outras perguntas são sanadas na nova série da AppleTV+.

Os dois primeiros episódios já estão disponíveis na AppleTV+. Os cinco seguintes estreiam semanalmente, às quartas.

"Grandes Expectativas"

Mais uma versão do clássico de Charles Dickens, este com Olivia Colman como a trágica Miss Havisham, papel que já foi de Anne Bancroft, Helena Bonham-Carter, Gillian Anderson e Charlotte Rampling.

Disponível no Star+. Seis episódios de uma hora cada um.

"The Witcher"

Chega a primeira parte da terceira temporada da série que tem Henry Cavill (por enquanto, na quarta temporada ele será substituído por Liam Hemsworth) como Geralt de Rivia, um bruxo matador de monstros, e a princesa Cirila, a quem ele está destinado.

Cinco dos oito episódios da nova temporada já chegaram à Netflix. Os três seguintes estreiam em 27 de julho.

Veja antes que seja tarde

Uma dica de filme ou série que sairá em breve das plataformas de streaming

"A Noite"

Um dia e uma noite na vida de um casal cujo relacionamento está chegando ao fim. De Michelangelo Antonioni, com Marcello Mastroianni, Jeanne Moreau e Monica Vitti.

Deixa a Mubi nesta sexta (30), 122 min.

"Adoráveis Mulheres"

Não a versão de Greta Gerwig, mas a de Gillian Armstrong, com Winona Ryder, Kirsten Dunst, Samantha Mathis, Trini Alvarado e Claire Danes como as irmãs March do livro de Louisa May Alcott.

Deixa a HBOMax nesta sexta (30). 118 min

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