Coleção de Emanoel Araújo é vendida por R$ 30 milhões para uma fundação paulista

Acervo com mais de 5.000 obras foi arrematado em leilão pelo grupo Lia Maria Aguiar, de Campos do Jordão, em sua totalidade

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São Paulo

A coleção de mais de 5.000 obras deixada pelo artista plástico Emanoel Araújo, que foi diretor e idealizador do Museu Afro-Brasil, foi leiloada por R$ 30 milhões para a Fundação Lia Maria Aguiar, de Campos do Jordão, no interior paulista. A venda ocorreu na tarde deste sábado.

A coleção do artista baiano inclui peças de autores históricos brasileiros, esculturas, peças de design, fotografia, arte sacra, joalheria colonial e artesanato, entre outros trabalhos.

O artista plástico Emanoel Araújo, em sua casa, no bairro Bela Vista, em São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

Alguns exemplos de artistas presentes no acervo são Xavier das Conchas, Rubem Valentim, Francisco Brennand, João Câmara, Niki de Saint Phalle, Siron Franco, Franz Kracjberg, José Antônio da Silva e Manoel Messias. É um importante conjunto de obras para o tema da produção de artistas negros.

Alguns imóveis localizados no bairro paulistano do Bexiga, deixados pelo artista, que morreu no ano passado, também estão incluídos nesse primeiro lote, segundo Jones Bergamin, o leiloeiro.

Em entrevista, Araújo afirmou que gostaria que sua coleção pessoal tivesse um destino público.

Bergamin, que é diretor da casa de leilões Bolsa de Arte, responsável pela venda, afirmou à reportagem que a vontade geral dos herdeiros era vender a coleção completa para manter o acervo unido.

No final de setembro, o leilão precisou ser suspenso em razão de um pedido extrajudicial do Ibram, o Instituto Brasileiro de Museus, órgão do Ministério da Cultura. A solicitação fez com que a casa de leilões paulistana adiasse a venda das obras.

Isso aconteceu porque os 30 museus sob a alçada do órgão federal têm preferência em caso de venda judicial ou leilão de bens culturais, como é o caso da coleção de Araújo, um acervo com relíquias do barroco e da joalheria brasileira.

No entanto, após ter pedido a suspensão, o Ibram afirmou que as instituições sob a sua alçada não têm dinheiro para arrematar os lotes, que tinham como lance mínimo R$ 30 milhões. Com isso, a coleção voltou ser destinada para leilão.

Os fundos serão destinados aos oito irmãos de Araújo e a quatro de seus funcionários, conforme o artista pediu em seu testamento.

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