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No centenário de Millôr, saiba mais sobre vida e obra do artista

Dono de múltiplos talentos, teve sucesso na imprensa, no teatro, nas artes plásticas e na literatura

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Jornalista, humorista, desenhista, artista plástico, escritor, dramaturgo, tradutor, frasista, roteirista, compositor e autodeclarado inventor do frescobol. Millôr Fernandes foi tudo isso —e muito mais.

O "escritor sem estilo", como se definia com modéstia irônica, marcou a cultura brasileira como poucos e deixa como legado uma persona insubmissa e cética que provoca admiração e desconforto, mas a que não se fica indiferente.

Conheça mais sobre vida e a vasta obra do artista, que faria cem anos na quarta (16/8).

Millôr Fernandes junto a painel que idealizou para parede do Laboratório Fleury, em São Paulo (SP) - Caio Guatelli-21.nov.10/Folhapress

1923
Milton Viola Fernandes nasceu em 16 de agosto, no Rio, mas só foi registrado em 27 de maio de 1924. Ele gostava de pôr em dúvida essas datas, brincando com o "mistério". No registro de nascimento, a caligrafia do escrivão deu a Milton a aparência de Millôr, nome que passou a adotar.

1925
Morreu seu pai.

1934
Morreu sua mãe. Millôr concluiu então que Deus não existia e foi tomado pela 'paz da descrença' que o acompanhou por toda a vida. Os quatro filhos do casal (Millôr, duas meninas e Hélio, que também seria conhecido jornalista) foram separados e passaram a viver com parentes.

1938
Começou a trabalhar, como contínuo, na revista "O Cruzeiro". Diria mais tarde que aprendeu nas Redações tudo o que sabia. Alguns anos depois, torna-se jornalista na publicação.

1945
Lançou na revista a seção Pif-Paf, que o tornaria famoso.

1946
Publicou seu primeiro livro, "Eva sem Costela – Um Livro em Defesa do Homem", com o pseudônimo de Adão Júnior.

1948
Passa três meses em Hollywood, como correspondente de O Cruzeiro, e conhece Walt Disney.

1953
Estreia a peça "Uma Mulher em Três Atos"

1955
Divide com o desenhista americano Saul Steinberg o primeiro lugar na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires

1957
Faz exposição individual no MAM-RJ

1960
Estreia a peça "Um Elefante no Caos", de sua autoria

1963
A revista Cruzeiro publica desenhos de sua série "Esta É a Verdadeira História do Paraíso". Leitores ficaram indignados com a paródia de relatos da Bíblia, e Millôr acabou demitido.

1964
Fundou a revista Pif-Paf, que, perseguida pela ditadura, só durou oito números


1965
Estreou a peça "Liberdade, Liberdade", escrita em parceria com Flávio Rangel

1968
Atuou, ao lado de Elizeth Cardoso, em "Do Fundo do Azul do Mundo", musical de sua autoria. Começou a escrever na revista Veja.

1969
Participou do grupo fundador de O Pasquim, lançado em 26 de junho

1972
Estreou a peça "Computa, Computador, Computa...". Passa a dirigir o Pasquim. Lançou os livros "Esta É a Verdadeira História do Paraíso" e "Trinta Anos de Mim Mesmo".

1973
Publicou "O Livro Vermelho dos Pensamentos", um dos seus principais trabalhos.

1975
Deixou de escrever no Pasquim.


1977
Estreou a peça "É...", seu maior sucesso nos palcos, protagonizada pelo casal Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.

1982
Deixa de escrever na revista Veja após se recusar a retirar seu apoio público a Leonel Brizola

1985
Começou a escrever no Jornal do Brasil

1986
Trocou sua máquina de escrever pelo computador

1994
Publicou "Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos", seu maior sucesso literário

2000
Iniciou o site "Millôr Online", no UOL. Assinou uma coluna no caderno Mais!, da Folha, de julho de 2000 a agosto de 2001

2003
Publicou o livro "100 Fábulas Fabulosas". Foi tema de volume da série "Cadernos da Literatura Brasileira", do Instituto Moreira Salles

2004
Voltou a colaborar na Veja, na qual publicaria até 2009

2012
Morreu no Rio, em 27 de março, aos 88 anos

2014
Foi homenageado pela Flip.

HOMENAGENS NO CENTENÁRIO

A editora L&PM, que detém os direitos da obra de Millôr, prepara uma série de relançamentos em homenagem aos seus cem anos. De seu teatro, serão reeditados "Duas Tábuas e uma Paixão", "É...", "Um Elefante no Caos", "Viúva Imortal", "Flávia Cabeça, Tronco e Membros", "O Homem do Princípio ao Fim", "Kaos" e "Liberdade, Liberdade", este parceria com Flávio Rangel.

Também voltarão às prateleiras seus volumes de "Poemas" e "Hai-kais", "O Livro Vermelho dos Pensamentos" e seu abrangente "Millôr Definitivo: A Bíblia do Caos". Os leitores voltarão a ter contato ainda com três de suas traduções de William Shakespeare —"Hamlet", "Megera Domada" e "Alegres Matronas de Windsor"— e sua versão de "Pigmaleão", de George Bernard Shaw.

Já o Instituto Moreira Salles, que guarda o acervo pessoal do artista há dez anos, vai disponibilizar a partir da quarta (16), data do centenário, cerca de 4.000 desenhos originais do cartunista gratuitamente em seu site. Também serão veiculados conteúdos como um vídeo com a coordenadora de iconografia do IMS, Julia Kovensky, comentando o acervo.

ALGUMAS OBRAS DO AUTOR

"Lições de um Ignorante" (1963)
"Fábulas Fabulosas" (1964)
"Esta É a Verdadeira História do Paraíso" (1972)
"Trinta Anos de Mim Mesmo" (1972)
"Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr" (1973)
"Compozissóis Imfãtis" (1975)
"Livro Branco do Humor" (1975)
"Reflexões Sem Dor" (1977)
"Novas Fábulas Fabulosas" (1978)
"Que País É Este?" (1980)
"Todo Homem É Minha Caça" (1981)
"Diário da Nova República" (1985)
"The Cow Went to the Swamp ou A Vaca Foi pro Brejo" (1988)
"Devora-me ou te Decifro" (1992)
"Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos" (1994)
"Hai-Kais" (1997)
"Crítica da Razão Impura ou O Primado da Ignorância" (2002)
"100 Fábulas Fabulosas" (2003)
"Novas Fábulas e Contos Fabulosos" (2007)

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