Líder do governo diz que MP de obras inacabadas na educação virará PL

Deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que governo editará medidas provisórias só em emergências

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Brasília

Líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) afirmou nesta quinta-feira (24) que a medida provisória (MP) que cria o Pacto Nacional Pela Retomada de Obras da Educação Básica será transformada em um projeto de lei com urgência constitucional (que tranca a pauta da Câmara em 45 dias) e apreciado pelos deputados na próxima semana.

A MP foi assinada pelo presidente Lula (PT) em maio e perderia validade no próximo dia 11. A medida, segundo o governo, deve gerar investimentos de R$ 3,5 bilhões até 2026.

Os recursos serão destinados à retomada de cerca de quatro mil obras de infraestruturas em equipamentos educacionais, como creches e escolas, por exemplo, que estão paralisadas ou inacabadas com a criação de ao menos 400 mil novas vagas de ensino na rede pública.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães - Elaine Menke/Câmara dos Deputados

"Vamos votar ele na próxima semana para não ter nenhum risco daquilo que já está em andamento, que é recuperar, tirar o país desse estaleiro de obras paradas que ficaram dentro do Ministério da Educação", disse Guimarães.

Ele afirmou também que a questão da tramitação das MPs está pacificada com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Segundo o deputado, o Executivo passará a usar o mecanismo apenas em "emergências", priorizando o envio de projetos de lei com urgência constitucional.

"Pacificamos o bom entendimento com o presidente Arthur Lira que medidas provisórias só na emergência, a ser conversada. A prioridade nossa, daqui para frente, será os projetos de lei com urgência constitucional", afirmou o parlamentar.

As declarações do líder do governo ocorrem após impasse entre o Executivo e a Câmara dos Deputados após a inclusão do texto de uma MP sobre a tributação das offshores, medida para taxar recursos mantidos em paraísos fiscais, em outra medida que trata do salário mínimo.

Como mostrou a Folha, a tributação das offshores foi o epicentro do atrito entre Lira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Líderes da Casa já planejavam tirar essa taxação do texto, impondo um revés ao governo Lula.

Nesta quinta, Guimarães também comentou a votação do novo arcabouço fiscal, que foi concluída nesta semana pelos deputados.

Ele disse que "faz parte do jogo democrático" a rejeição da Câmara de proposta que permitia ao Executivo enviar o PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2024 com cerca de R$ 32 bilhões em despesas condicionadas à aprovação de um crédito suplementar, para incorporar o efeito da inflação maior ao fim do ano sobre o limite para gastos.

"Nós queríamos quatro anos seguidos, o regime fiscal para estabelecer isso, e só deu para negociar, conforme a correlação de forças aqui, um ano, que é 2024. É mais trabalho? É, evidentemente que é mais trabalho, vamos ter que negociar os quatro anos a cada LDO. Mas faz parte do jogo democrático e da relação civilizada que o governo tem com o Congresso Nacional", disse.

O parlamentar também afirmou que acredita que o governo será capaz de arrecadar R$ 150 bilhões para zerar o déficit fiscal de 2024, citando alguns projetos do Executivo. "Se trabalharmos em mão dupla, governo e Congresso Nacional, na aprovação dessas matérias, teremos uma folga muito maior do que a previsão inicial do ministro Haddad", disse.

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