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Tem 50 anos e nunca se planejou para a aposentadoria? Veja o que fazer

Momento é de rever todos os gastos, reorganizar a vida e otimizar o patrimônio acumulado

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São Paulo

Além da experiência e da maturidade, uma das vantagens de se chegar aos 50 anos é que, normalmente, a pessoa conseguiu acumular algum patrimônio ao longo da vida. Esse é um fator importante para quem chegou a essa idade e nunca se planejou para a aposentadoria.

Começar a pensar na previdência nessa idade demanda alguns sacrifícios a mais e muita organização. A pessoa precisa rever todos os seus gastos para encontrar um espaço para poupar dinheiro.

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É preciso ter em mente que não tem como recuperar o tempo que passou. Então, os aportes mensais para essa finalidade terão de ser maiores nessa fase da vida, se o indivíduo quiser manter o padrão de vida que tinha antes de parar de trabalhar.

Falando nisso, o analista de renda fixa André Alírio, da Nova Futura Investimentos, lembra que a realidade do Brasil não comporta mais que as pessoas parem de trabalhar tão cedo.

Hoje a expectativa de vida dos brasileiros é maior, de 77 anos, segundo o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse fator somado à saturação do sistema previdenciário brasileiro faz com que o Estado demande que os cidadãos se mantenham economicamente ativos por mais tempo.

A última reforma da previdência impôs um tempo maior de contribuição para quem quer se aposentar com o teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), de R$ 7.507,49 por mês. Segundo especialistas, daqui a dez anos o Brasil deve passar por novas mudanças no sistema previdenciário.

"Talvez exijam que nós cheguemos próximos dos 70 anos ativos ainda, por isso é preciso se manter profissionalmente atualizado para continuar trabalhando e gerando aquilo que o país precisa", diz Alírio.

Continuar ativo aos 50 anos, portanto, faz parte do planejamento da aposentadoria. Mas é preciso ter em mente que, se a pessoa não fizer mais nada, ela pode se aposentar com um padrão de vida muito abaixo do que tem agora.

Mulher com bengala faz conta em cima de uma calculadora gigante
Aos 50 anos, é hora de rever todos os gastos, reorganizar a vida e otimizar o patrimônio acumulado para a aposentadoria - Catarina Pignato

Além de rever os gastos e começar a poupar de verdade, a analista de Alocação e Fundos da XP Clara Sodré orienta as pessoas dessa idade a começarem a analisar os seus bens, tanto os imobilizados —casas e apartamentos, por exemplo—, como os mobilizados, seja carros, dinheiro acumulado em conta bancária ou aplicações financeiras.

Às vezes, será mais vantajoso para o futuro que o indivíduo se desfaça de um imóvel ou carro que estejam parados e aplique esse dinheiro, ou então coloque a casa ou apartamento para alugar.

Com relação ao dinheiro acumulado, a pessoa deve protegê-lo ao máximo, fugindo de investimentos mais arriscados, embora estes muitas vezes tragam um retorno maior. Isso porque o investidor tem menos tempo para recuperar o que perdeu com aplicações mais arriscadas do que um indivíduo mais jovem.

"Quem já tem uma carteira de investimentos (* veja glossário abaixo), precisa zerar as aplicações em ativos mais arriscados para focar totalmente na aposentadoria", diz Alírio. Segundo o especialista, as pessoas dessa faixa etária podem manter investimento em ações, desde que sejam de empresas já consolidadas, pagadoras de dividendos. Ainda assim, a porcentagem de dinheiro nesse tipo de ativo deve ser bem menor do que em títulos de renda fixa (*).

Além da renda fixa, os especialistas recomendam também aportar dinheiro em títulos de previdência privada. Mas como foi falado na quarta edição desta série, é preciso pesquisar entre os diversos produtos que existem hoje para tirar a melhor vantagem, ou seja, buscar títulos com os melhores rendimentos e taxas de manutenção e de resgate menores.

O especialista em previdência e seguros Danilo Carrillo, da Warren Investimentos, aconselha pesquisar também os produtos oferecidos por seguradoras independentes e por gestoras, que possuem opções com diferentes estratégias e voltados para diversos perfis de investidores (*).

CARTEIRAS RECOMENDADAS

A Folha fez um levantamento com três corretoras sobre investimentos recomendados para aposentadoria na faixa dos 50 anos de idade. O perfil de investidor adotado foi o moderado.

Vale ressaltar que estas carteiras são apenas balizas, então é sempre importante consultar um especialista, que irá montar um planejamento que se encaixe exatamente no seu perfil e objetivos pessoais para o futuro.

PRÓS E CONTRAS DA FAIXA ETÁRIA

Vantagens: Maior patrimônio acumulado

Desvantagens: Menos tempo para poupar; valor a ser poupado deve ser maior; menos liberdade para se expor ao risco

GLOSSÁRIO

Carteira de investimentos: Conjunto de todas as aplicações financeiras de uma pessoa.

Renda fixa: São aplicações que possuem critérios pré-definidos de rendimento, ou seja, quais são as formas de correção do título investido e o limite de tempo para o dinheiro ficar investido.

Renda variável: São investimentos com menor previsibilidade e que, por isso, são considerados mais arriscados. Estão mais sujeitos às oscilações do mercado, como juros, câmbio e preços de commodities. Em compensação, justamente por serem mais arriscadas, são aplicações com expectativas de maiores rendimentos.

Perfis de investidor

- Conservador: Com baixa tolerância ao risco, busca ativos mais seguros para investir, com garantias maiores de retorno, mesmo que a rentabilidade seja menor.

- Moderado: Tem uma tolerância maior ao risco, portanto, possui mais ativos arriscados em sua carteira de investimentos, embora esse tipo de investidor ainda preze por segurança e garantias de retorno.

- Arrojado: É o investidor com a maior disposição de enfrentar o risco de uma aplicação, desde que ela potencialmente traga retornos maiores. Está disposto a perder dinheiro com as oscilações de mercado se for preciso para alcançar uma maior rentabilidade em contrapartida.

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