258 milhões de pessoas mudaram de país no ano passado, fluxo 50% acima do registrado no começo
do século e crescente, segundo especialistas em imigração.
No Brasil, vivem hoje cerca de 750 mil estrangeiros. É um número modesto para padrões globais, mas movimentos concentrados, como a entrada de mais de 70 mil haitianos de 2010 a 2015 ou 40 mil venezuelanos neste ano, acentuam seu impacto.
País que recebeu ondas importantes de imigração nos séculos 19 e 20, o Brasil vive hoje uma realidade diferente. Ainda é polo de atração e passagem, principalmente para latino-americanos e refugiados —parcela expressiva deles com alta qualificação—, devido a uma nova lei, que facilita a regularização dos estrangeiros.
Entre as principais mudanças retratadas estão:
1) Novas origens: mais de 260 países foram citados por imigrantes que chegaram ao país entre 2000 e 2015
2) Novas mulheres: cresce o número de mulheres que deixam sozinhas seus países, para fugir de estupros ou de violência na família
3) Novas qualificações: imigrantes com diploma universitário são fatia crescente, principalmente entre latino-americanos
4) Nova interiorização: leis facilitam obtenção de documentos de trabalho, e imigrantes não precisam mais ficar presos a trabalhos clandestinos na capital paulista
5) Nova legislação: Brasil aprova lei que facilita entrada de estrangeiros, mas faltam políticas que permitam integração eficiente e produtiva
6) Novas chances: filhos de imigrantes viram ponte entre seus pais e a língua e os costumes do novo país
Mas, segundo especialistas, faltam dados que embasem e orientem as políticas públicas. Parte da lacuna está sendo preenchida com o lançamento, nesta sexta (6), do “Atlas Temático”, levantamento produzido pelo Observatório das Migrações em São Paulo, da Unicamp, e financiado pela Fapesp que revela as tendências nas imigrações para o Brasil neste novo milênio, em que os fluxos populacionais estão em seu auge.
Nos mapas abaixo, consulte quem são, o que fazem e onde estão os estrangeiros que escolheram São Paulo como nova morada.
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