Descrição de chapéu oriente médio

Premiê do Iraque sofre tentativa de assassinato com ataque de drone, diz governo

Residência na zona verde de Bagdá foi atingida por explosão, mas Mustafa al-Kadhimi saiu ileso

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Bagdá | Reuters e AFP

Um ataque com drones carregados com explosivos teve como alvo a residência do primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi, em Bagdá, na madrugada deste domingo (7) no país (noite de sábado no Brasil), mas o premiê escapou ileso.

Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro afirmou que o ataque, chamado de tentativa de assassinato, teve como alvo a residência de Kadhimi na zona verde fortificada de Bagdá. Foram usados três drones, incluindo dois que as forças nacionais de segurança conseguiram interceptar. O terceiro, porém, atingiu o local.

Homem usa terno azul e gravata vermelha durante discurso
O premiê do Iraque fala durante uma conferência com a imprensa em agosto de 2021 - Eliot Blondet/Pool/AFP

Uma mensagem postada na conta oficial de Kadhimi no Twitter ainda na madrugada disse que o primeiro-ministro estava seguro. Durante a manhã de domingo, ele apareceu em vídeos e fotos presidindo uma reunião de urgência com ministros e militares.

"O covarde ataque terrorista que teve como alvo a casa do primeiro-ministro na noite passada com o objetivo de assassiná-lo é um sério ataque ao Estado iraquiano por grupos armados criminosos", disse o gabinete de Kadhimi em um comunicado divulgado após a reunião.

Em outra nota, o premiê afirmou que os responsáveis pelo atentado contra sua vida eram conhecidos. "Vamos perseguir aqueles que cometeram o crime de ontem, nós os conhecemos bem e vamos expô-los."

Militares iraquianos também disseram que Kadhimi estava com "boa saúde", mas seis membros da força de proteção pessoal do premiê, que estavam do lado de fora de sua residência, ficaram feridos, segundo informação da agência de notícias Reuters.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque. Um membro do Kataib Hizbullah, uma das mais poderosas milícias apoiadas pelo Irã no Iraque, minimizou o atentado e disse que nenhum membro do grupo no país deseja "gastar drones na residência do 'ex-premiê'". "Existem maneiras mais baratas e eficazes de fazer isso", acrescentou em uma mensagem no aplicativo Telegram.

Diplomatas ocidentais baseados na zona verde, região que abriga prédios do governo e embaixadas, disseram ter ouvido explosões e tiros na área.

Os Estados Unidos oferecem assistência na investigação do episódio. "Fico aliviado em saber que o premiê não ficou ferido e elogio a liderança que demonstrou ao pedir calma, moderação e diálogo para proteger as instituições do Estado e fortalecer a democracia", disse o presidente americano, Joe Biden.

O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita classificou o ataque como um "ato terrorista covarde". O secretário do Conselho de Segurança do Irã, general Ali Shamkhani, o descreveu como "mais uma insubordinação".

No Iraque, a ação também foi condenada. "Não podemos aceitar que o país seja arrastado para o caos e para um golpe contra seu sistema constitucional", disse o presidente Barham Salih.

Protestos de membros de partidos que contestam os resultados da eleição geral no mês passado se tornaram violentos na sexta-feira (5), quando manifestantes atiraram pedras em policiais perto da zona verde, ferindo agentes. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e disparos, atingindo ao menos um manifestante, segundo fontes de segurança e hospitais em Bagdá.

O clérigo xiita Moqtada al-Sadr, cujo partido venceu o pleito, disse que o "ato terrorista [contra o premiê] visa levar o Iraque de volta ao caos para ser controlado por forças paraestatais".

Trata-se da quinta eleição parlamentar no país desde a queda do ditador sunita Saddam Hussein, derrubado pela invasão liderada pelos Estados Unidos, em 2003. Depois de 18 anos de ocupação das tropas americanas no país, o presidente dos EUA, Joe Biden, e Kadhimi firmaram um acordo em julho para encerrar a missão de combate americana no final deste ano.

O pacto, porém, não encerra a presença americana em solo iraquiano: os EUA permanecerão no Iraque para treinar e aconselhar militares, o que significa uma pequena mudança de sua função atualmente, uma vez que este já é o foco atual da missão. Atualmente, cerca de 2.500 soldados americanos estão no país.

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