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Dois milhões em fuga expõem crise humanitária da Guerra na Ucrânia

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São Paulo

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Dois milhões de pessoas tiveram que se deslocar da Ucrânia desde o início da guerra, que causou a morte de 516 civis, incluindo 37 crianças. Efeito da invasão russa, a saída de refugiados do país tem algumas marcas.

  • Ela é principalmente feminina. Mulheres e crianças formam boa parte desse grupo;
  • Homens de 18 a 60 anos estão proibidos de sair e são convocados para o combate;

Dois relatos do enviado da Folha na Ucrânia, André Liohn, expõem essa realidade.

Ele acompanhou em Lviv um pai se despedir da mulher e do filho, que deixaram a Ucrânia, e foi para o combate. Em Irpin, no noroeste de Kiev, fez o trajeto dos corredores humanitários que retiram idosos de áreas em conflito.​

Foi próximo a Irpin que uma mãe e dois filhos morreram após um ataque de morteiros russos. A imagem da tragédia, registrada pela fotógrafa Lynsey Addario, chocou o mundo. Leia reportagem que conta quem era a família.

Nesta quarta, novo acordo de cessar-fogo para permitir a saída de refugiados foi frustrado por bombardeios intensos. A Ucrânia acusou os russos de violar a trégua nas cidades de Kharkiv e Mariupol, onde um hospital infantil que tinha uma maternidade foi destruído.

Não se perca

A repórter Flávia Mantovani, que cobre temas relacionados a refugiados na Folha e no blog Babel Paulistana, explica o que a população ucraniana tem enfrentado ao tentar escapar para zonas seguras.

Aglomerações
Esta é crise com crescimento mais rápido de refugiados desde a Segunda Guerra. O conflito da Síria, que gerou outro êxodo em massa recente, teve dois anos de combates até se chegar a marca de 2 milhões de pessoas em fuga, já registrada na Ucrânia. Há tumulto nas estações de trem e filas quilométricas de carros e pedestres nas fronteiras.

Falha nos corredores humanitários
Os governos russo e ucraniano concordaram com a criação de zonas de segurança para evacuar civis —os chamados corredores humanitários—, mas os acordos foram frustrados após violações do cessar-fogo em meio à troca de acusações entre os dois lados.

Discriminação de estrangeiros
Imigrantes negros publicaram nas redes sociais que foram vítimas de racismo ao tentarem escapar, sendo barrados em trens, ônibus e nas fronteiras por guardas e outros cidadãos ucranianos. O governo da Nigéria, origem de muitos estudantes de universidades ucranianas, e a Human Rights Watch relataram denúncias de discriminação.

Frio
Temperaturas abaixo de zero têm tornado a jornada de fuga ainda mais dura. Muitos precisam caminhar por horas ao relento. Brasileiros que fugiram da Ucrânia relataram à Folha o medo que tiveram de morrer de hipotermia. Nesta semana, uma frente fria vinda do Ártico deixou o tempo ainda mais gelado.

O que aconteceu nesta quarta (9)

O que ver e ouvir para manter-se informado

A acolhida aos refugiados na Europa é explicada no podcast Café da Manhã, e uma ucraniana que ficou dez anos sob o controle russo relata em vídeo sua visão do conflito.

Ouça: A crise de refugiados da Ucrânia e as portas abertas da União Europeia

Veja: Aos 98 anos, ex-prisioneira política da Rússia fala sobre guerra

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