Dalai-lama se desculpa por pedir a garoto para chupar sua língua

Vídeo do momento, ocorrido em fevereiro, registrou beijo de líder espiritual na boca de criança

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Nova Déli | AFP e Reuters

O dalai-lama, líder espiritual tibetano, ofereceu desculpas a uma criança nesta segunda (10) após pedir-lhe para chupar sua língua algumas semanas atrás numa audiência. O vídeo viralizou nas redes sociais.

"Sua Santidade deseja se desculpar ao menino e à sua família, assim como a seus muitos amigos ao redor do mundo, por qualquer dor que suas palavras possam ter causado", postou sua conta oficial no Twitter.

Dalai-lama mostra língua a garoto durante audiência na Índia
Dalai-lama mostra língua a garoto durante audiência na Índia - Reprodução

"Está circulando um vídeo que mostra uma reunião em que um menino perguntou a Sua Santidade o dalai-lama se ele poderia lhe dar um abraço", diz o comunicado na conta do líder, com 19 milhões de seguidores.

"Sua Santidade costuma brincar com pessoas que conhece de maneira inocente, mesmo em público e diante das câmeras. Ele lamenta esse incidente."

Em um vídeo que se tornou viral, o dalai-lama, 87, aparentemente beija o menino na boca e pergunta a ele: "Você pode chupar minha língua?". Ele então mostra a língua, arrancando risadas dos presentes. O vídeo foi gravado em 28 de fevereiro, durante audiência em McLeod Ganj, em Dharamsala, no norte da Índia, onde o líder vive exilado.

Alguns internautas chamaram a atitude de "nojenta" e "absolutamente doentia".

Em 2019, ele teve de se desculpar por ter dito que, se uma mulher fosse lhe suceder, teria de ser "atraente". Os comentários, em entrevista à emissora britânica BBC, causaram polêmica e provocaram um outro pedido de desculpas: "Sua Santidade genuinamente não quis ofender".

Representante do movimento pela autonomia do Tibete, o dalai-lama fugiu para a Índia em 1959 após um levante fracassado contra o domínio chinês. Ele trabalhou por décadas para conseguir apoio global para a autonomia linguística e cultural em sua pátria e é considerado por Pequim um separatista perigoso.

O Tibete havia conquistado autonomia em 1912, em meio ao turbulento período do fim do império Qing e da proclamação da República na China, até ser retomado novamente em 1951.

Em julho de 2021, o atual líder do regime chinês, Xi Jinping, desembarcou no Tibete, na primeira visita de um chefe de Estado do país em 31 anos, para reafirmar a autoridade sobre a região.

Conhecida como "topo do mundo" pelas altitudes extremas, a região abriga a nascente dos principais rios da Ásia e seus afluentes mais importantes: Indo, Ganges, Brahmaputra, Irrawaddy, Salween e Mekong.

Segundo pesquisadores, eles abastecem 46% da população na China, na Índia e no Sudeste Asiático. O discurso oficial se fia no progresso tibetano nas últimas sete décadas.

A presença internacional de que o dalai-lama desfrutava quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989 diminuiu —em parte devido à sua idade, mas também em razão da crescente influência econômica e política da China. O debate pela independência da região está adormecido pelo menos desde 2008, quando ativistas aproveitaram as Olimpíadas de Pequim para organizar protestos em massa.

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