EUA vencem eleição para chefia de agência da ONU para migração e retomam hegemonia

Americana Amy Pope derrota atual diretor da OIM, o português António Vitorino, que buscava novo mandato

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Genebra | Reuters e AFP

Ex-conselheira para migração da Casa Branca, a americana Amy Pope se tornou nesta segunda-feira (15) a nova chefe da Organização Internacional para a Migração das Nações Unidas (OIM).

A eleição de Pope representa não só a primeira vez que uma mulher dirigirá a entidade como o retorno dos Estados Unidos ao comando da agência, depois da gestão do português António Vitorino —antes, o país havia liderado o órgão por cinco décadas consecutivas.

A americana Amy Pope, eleita chefe da Organização Internacional para Migrações da ONU, durante entrevista na embaixada americana em Brasília
A americana Amy Pope, eleita chefe da Organização Internacional para Migrações da ONU, durante entrevista na embaixada americana em Brasília - Pedro Ladeira - 6.fev.23/Folhapress

Pope, 49, derrotou justamente Vitorino, ex-ministro da Defesa luso e político experiente, que tentava a reeleição. Ele retirou sua candidatura após receber apenas 67 apoios, contra 98 de Pope, no primeiro turno da votação secreta, da qual 165 dos 175 países-membros da OIM participaram.

Os adversários nesta corrida eram, aliás, chefe e subordinada até pouco antes do pleito, quando Pope tirou uma licença de sua função como diretora-assistente para gestão e reforma da OIM para entrar em campanha. No início do ano, Vitorino, 66, havia afirmado que a própria disputa era "uma inovação" em si.

A defesa de uma modernização da agência parece ter sido um dos grandes pontos a favor de Pope no pleito —à Folha, em fevereiro, disse que a organização precisava "sair do século 20 e entrar no 21".

Nas redes sociais, a americana, que assume o mandato de cinco anos em 1º de outubro, disse estar pronta para trabalhar com todos os Estados membros da organização e outros parceiros globais.

Além da experiência na OIM, Pope fez carreira na área de migração em seu país. Em 2021, foi conselheira sênior do presidente Joe Biden, que apoiou publicamente sua candidatura. Antes, ocupou cargos ligados à migração em governos democratas: foi diretora-sênior em segurança transfronteiriça de 2013 a 2015 e conselheira-assistente de segurança interna de 2015 a 2017, ambos na segunda gestão de Barack Obama.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, comemorou a vitória da conterrânea. "Como maior doador da OIM, os EUA apoiam a visão de Pope e esperam poder trabalhar com ela para implementar as reformas necessárias para criar uma OIM mais inclusiva e eficaz", escreveu, em nota. Já Vitorino é próximo do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, e também era apoiado pelo Brasil.

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