O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu por cerca de uma hora com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida —anfitrião da cúpula do G7 em curso em Hiroshima— na manhã deste sábado (20).
Kishida anunciou que o Japão "iniciaria procedimentos para a introdução de isenção de visto de curta duração para portadores de passaporte comum do Brasil".
Também confirmou para breve um empréstimo de 30 bilhões de ienes (R$ 1,09 bilhão) para saúde e outros setores no Brasil. E expressou esperança no avanço da reforma tributária do Brasil, destacando que as empresas japonesas estão prestando muita atenção a isso.
Kishida saudou a candidatura do Brasil para sediar a COP 30, edição da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a ser realizada em 2025, e se comprometeu a trabalhar "em estreita colaboração" com Lula na proteção ao meio ambiente.
Ambos os líderes ainda voltaram a defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU, como fazem regularmente.
Segundo o relato japonês, por fim, "os dois líderes reafirmaram a importância de valores fundamentais como a liberdade e a democracia, e concordaram em trabalhar juntos para a manutenção e fortalecimento de uma ordem internacional baseada no Estado de Direito".
O encontro bilateral entre os líderes brasileiro e japonês foi preparado no dia anterior por uma reunião, também de quase uma hora, entre o chanceler Mauro Vieira e seu homólogo em Tóquio, Yoshimasa Hayashi. Este abordou, por exemplo, o empréstimo de R$ 1 bilhão para a saúde e outros setores, afirmando que o Japão gostaria de "trabalhar junto com o Brasil para sua rápida implementação".
Os dois ministros também "trocaram pontos de vista sobre a situação na Ucrânia e no Leste Asiático", ou seja, sobre a guerra e a China, mas os temas não chegaram à discussão entre seus chefes —ao menos segundo o relato oficial.
Além de Lula, Kishida ainda se encontrou na manhã de sábado com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com o presidente da Indonésia, Joko Widodo. Os três países asiáticos são, respectivamente, o próximo presidente do G20 —que reúne países ricos e emergentes—, o atual e o anterior.
Em seguida, Kishida dirigiu uma sessão de trabalho no G7 restrita a membros com o tema "Fortalecendo o Engajamento com os Parceiros (Sul Global, G20)". Afirmou que, "à medida que os emergentes do chamado Sul Global aumentam sua presença, é importante reforçar o envolvimento com os parceiros internacionais para além do G7".
Defendeu "adotar uma abordagem pormenorizada que responda às várias necessidades enfrentadas por esses países" e disse que "gostaria de vincular os resultados da cúpula do G7 em Hiroshima à futura cooperação com o G20".
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