Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Veja o que aconteceu de mais importante na 1ª semana da guerra entre Israel e Hamas

Após ataque terrorista do Hamas matar 1.300 pessoas, Tel Aviv lançou mísseis contra a Faixa de Gaza e prepara invasão

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São Paulo

Desde sábado passado (7), Israel lança continuamente mísseis contra a Faixa de Gaza –1.900 palestinos já morreram. O bombardeio é uma resposta aos ataques terroristas organizados pelo Hamas que mataram 1.300 pessoas. Tel Aviv estima que outras cem foram sequestradas.

Hamas lança foguetes da Faixa de Gaza em direção a Israel - Mohammed Sabre - 10.out.23/EFE/EPA

Saiba o que de mais importante aconteceu na primeira semana do conflito

Ataque surpresa matou 1.300 pessoas

Israel e Hamas se enfrentam há décadas. Nos últimos anos, as duas partes trocaram intensivamente disparos de mísseis e foguetes –aqueles lançados pelo grupo, geralmente, são interceptados por Tel Aviv. São frequentes também os embates entre policiais israelenses e cidadãos palestinos na Cisjordânia, além de ataques terroristas muitas vezes reivindicados ou comemorados pelo Hamas em grandes cidades do país.

No último sábado (7), porém, o Hamas conseguiu surpreender as forças militares e de inteligência de Israel e invadiu cidades israelenses próximas de Gazapor terra, mar e ar. Durante a invasão, os terroristas mataram vários civis, incluindo crianças. Em um dos casos, eles mataram centenas de pessoas em um festival de música eletrônica e sequestraram dezenas.

Os ataques do Hamas são considerados os piores contra Israel desde 1973, quando forças do Egito e da Síria atacaram o país, conflito conhecido como guerra do Yom Kippur, dia sagrado para os judeus. O ataque deste sábado aconteceu 50 anos após aquele confronto.

Brasileiros estão entre os mortos

Ao menos três brasileiros morreram durante os ataques do Hamas —todos participavam do festival de música eletrônica. Segundo testemunhas, homens armados cercaram o local, lançaram granadas e dispararam contra o público. Os mortos brasileiros são Ranani Glazer, 23, Bruna Valeanu, 24, e Karla Stelzer Mendes, 42.

O Exército de Israel anunciou na quarta (11) que há brasileiros entre os sequestrados pelo grupo terrorista. Horas depois, os militares voltaram atrás e disseram não ter certeza. O Itamaraty não confirma a informação.

Israel reagiu com bloqueio e bombardeios com mortes

Logo após os ataques do Hamas, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra ao grupo e disse que a facção pagará "um preço sem precedentes".

Desde então, Israel lança continuamente mísseis contra a Faixa de Gaza. O governo israelense diz mirar alvos terroristas, mas o Hamas atesta a morte de 1.900 palestinos, incluindo civis –sem contar os 1.500 integrantes da facção mortos dentro de Israel, de acordo com autoridades israelenses.

Além dos disparos, Israel intensificou o bloqueio contra a Faixa de Gaza e, desde sábado, nada entrou no enclave, incluindo comida e insumos médicos. Água e parte da eletricidade do território também foram cortadas. Israel busca, com a tática, pressionar o Hamas a liberar os reféns.

O Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, tenta criar uma passagem para a entrada de insumos básicos no território, mas as negociações com aliados de Israel falharam.

Israel sugere que vai invadir a Faixa de Gaza

Na quinta (12), o Exército de Israel afirmou ter 35 batalhões na fronteira com Gaza prontos para invadir a região vizinha no momento em que houver aval do governo de Netanyahu –são cerca de 300 mil soldados de prontidão. No mesmo dia, o governo israelense informou à ONU que os palestinos da Faixa de Gaza tinham 24 horas para saírem da porção norte do território —é nesta região onde está a capital do enclave.

Ao todo, 2,3 milhões de pessoas vivem na Faixa de Gaza, sendo 1,1 milhão na parte norte do território.

A ONU criticou uma eventual invasão e disse que a ação causaria consequências humanitárias devastadoras. O Egito também está preocupado; autoridades temem que palestinos migrem para o país.

Brasil repatriou cidadãos que estavam em Israel, mas sofre para trazer de volta aqueles em Gaza

Nesta sexta, desembarcou no aeroporto de Guarulhos o terceiro avião da Força Aérea Brasileira com brasileiros que estavam em Israel. O primeiro saiu do país do Oriente Médio na terça com 211 brasileiros. No total, mais de 1.700 brasileiros solicitaram repatriação, sendo a maioria turistas hospedados em Tel Aviv e Jerusalém.

O maior entrave, porém, está na força-tarefa para buscar aqueles brasileiros que vivem na Faixa de Gaza. Foram 22 os que pediram ajuda ao governo brasileiro, que ainda não encontrou formas de garantir o transporte com segurança, já que a região é bombardeada continuamente por Israel. A retirada mais fácil seria pelo Egito, mas ainda há trataivas em aberto.

O grupo de brasileiros em Gaza, que inclui crianças e adolescentes, foi alocado em uma escola que já havia sido bombardeada em 2021. A diplomacia brasileira agora tenta levá-los para outro local.

Há perigo de que o conflito se espalhe pela região

Além do Hamas, Tel Aviv mantém tensões com o grupo extremista Hizbullah –suas lideranças estão no Líbano, país na fronteira norte de Israel. Nesta sexta, por exemplo, Israel determinou o fechamento do acesso da maior parte de Metula, a cidade mais ao norte do país, junto à fronteira do Líbano.

Horas antes, as Forças de Israel disseram ter dado tiros de artilharia em resposta a uma explosão em uma cerca na fronteira com o Líbano. O Hizbullah confirmou ter alvejado quatro posições do Exército israelense ao sul. Um jornalista da agência de notícias Reuters foi morto na ação.

Também nesta sexta, o número 2 do Hizbullah, xeique Naim Qassem, disse que o grupo está preparado e pronto para apoiar o Hamas no conflito. Por ora, porém, é improvável, que a entidade de fato entre na guerra.

O Irã, que tem uma das maiores forças armadas da região e apoia financeiramente o Hizbollah e o Hamas, também tem se pronunciado sobre o conflito, ainda que negando ter participado dos ataques terroristas.

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