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Gabriel Kanner

'Masculinidade tóxica'

Agenda de desconstrução torna o homem ocidental mais fraco e confuso

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Gabriel Kanner

Presidente do Instituto Brasil 200, é formado em relações internacionais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)

No ano passado, o cantor britânico Harry Styles estabeleceu um marco nunca antes alcançado. Styles se tornou o primeiro homem da história a estampar a capa da Vogue, a mais conceituada revista de moda do mundo. Com um detalhe: Harry aparece vestido como uma mulher.

No ensaio fotográfico, o cantor aparece ostentando com naturalidade vestidos, blusas femininas e saias. A capa "revolucionária" gerou um frenesi pelo mundo todo. A "conquista" de Harry Styles foi celebrada por artistas e pela imprensa como um "momento histórico". A atriz e diretora Olivia Wilde resumiu bem as razões pelas quais devemos comemorar o feito: "Para mim, é muito moderno. Espero que esse tipo de confiança como homem que Harry tem —desprovido de qualquer traço de masculinidade tóxica— é indicativo da sua geração e, portanto, do futuro do mundo. É muito poderoso redefinir o que é ser um homem confiante. Ele é uma grande inspiração para a nova geração. Eu acho que é revolucionário", declarou.

Harry Styles será capa da Vogue em dezembro
O cantor Harry Styles na revista Vogue - Twitter/Vogue

A capa da Vogue é apenas mais uma de diversas iniciativas nos últimos anos que buscam desconstruir o que é "ser homem" e aproximar cada vez mais os homens do universo feminino. Em 2019, a Associação Americana de Psicologia publicou um estudo defendendo a tese de que a "masculinidade tradicional" é nociva para meninos e pode "impactar negativamente a saúde mental e física". Deve, portanto, ser combatida.

Termos como "masculinidade tóxica" são usados o tempo todo para subverter, ridicularizar e enfraquecer a virilidade dos homens. Enquanto isso, há um enorme esforço para enaltecer e valorizar homens com traços e comportamentos cada vez mais femininos. Para muitas pessoas, não há problema algum nesse movimento. Afinal de contas, qual o problema dos homens serem mais femininos? Acontece que a desconstrução da masculinidade está causando uma confusão cada vez mais perniciosa na cabeça das novas gerações.

Não há dúvida que, com a evolução do mundo, os papéis de homens e mulheres mudaram. Mulheres estão ocupando cada vez mais posições de destaque na política, nas empresas e em todos os setores da sociedade. Com isso, os homens também tiverem que se adequar, ajudando cada vez mais nas tarefas domésticas e na criação dos filhos. Essa evolução é natural e benéfica para ambos os sexos. No entanto, algumas coisas jamais mudarão. A complementaridade entre homens e mulheres, cada um desempenhando seu papel, sempre foi e sempre será um dos pilares da nossa civilização.

O avanço da agenda de desconstrução da masculinidade já está apresentando os seus resultados. Estamos presenciando, no Ocidente, uma geração de homens cada vez mais fracos e confusos. É claro que países como China e Rússia não permitem esse tipo de agenda, pois sabem que a inversão de papéis aponta para um declínio civilizacional. O sinal de alerta, por aqui, está aceso.

Nota da Redação: Gabriel Kanner deixa de fazer parte do quadro de colunistas do jornal nesta data; poderá submeter eventualmente artigos a esta seção.

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