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Conflito Israel-Hamas tem risco de expansão, mas rivais por ora marcam posição

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Ataque israelense a Rafah, no sul da Faixa de Gaza - Said Khatib/AFP - AFP

Conflito com raízes nas desavenças em torno da partilha da Palestina britânica, há 75 anos, a guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel traz subjacente o temor de uma escalada regional insondável.

Os pavios emaranhados do barril de pólvora são conhecidos. De um lado, Israel, vítima de um ataque brutal por parte dos palestinos que governam a Faixa de Gaza, recebe apoio dos Estados Unidos e de boa parte do mundo ocidental.

Além da retórica, o governo do presidente Joe Biden posicionou junto à costa israelense 1 de seus 11 grupos de porta-aviões e anunciou o envio de uma segunda esquadra semelhante. Além disso, reforçou suas bases aéreas na região e liberou armas e dinheiro a Tel Aviv.

Os porta-aviões são a expressão máxima da projeção de poder imbatível dos EUA, com quase uma centena de aeronaves e acompanhados por navios de escolta com grande poder de fogo. Mais do que isso, são um sinal para o Irã.

A antiga Pérsia financia o Hamas. Não só: o Hizbullah libanês é um de seus braços militares e apoia outros grupos terroristas. Teerã ainda tem a Síria, outro país que não reconhece os israelenses, como aliado no chamado Eixo da Resistência contra Tel Aviv.

Seu chanceler fez um giro de reuniões com seus pares, mas significativamente o país nega ter tido envolvimento nos atos do Hamas, versão que foi aceita até aqui.

As escaramuças com o Líbano escalaram, o que preocupa os israelenses, dado que o Hizbullah é força mais poderosa do que o Hamas. Por ora, são mais para marcar posição, porém neste domingo (15) elas se tornaram particularmente violentas. Ato contínuo, o chanceler do Irã advertiu que os rivais estão "com as mãos no gatilho".

Na Síria, Israel acenou atacando aeroportos do país que poderiam ser entrepostos de armas.

Já a Rússia criticou EUA e Israel por seus movimentos, temendo ser dragada a um embate para o qual não tem músculos, ora ocupados na Ucrânia conflagrada —Vladimir Putin é aliado do eixo iraniano e tem bases militares na Síria.

Apesar desses inúmeros pontos de atrito, os atores externos ao embate em Israel têm sido responsáveis por manter prontidão e comedimento no mesmo diapasão.

A dosimetria da retaliação em Gaza é fator central para esse equilíbrio, e tudo o que o Hamas deseja é uma convulsão regional. Isso dá medida do desafio para Israel, dado que inação não é alternativa.

editoriais@grupofolha.com.br

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