Leitores citam companheirismo e falam da saudade de seus pets

Dia dos Animais e de São Francisco de Assis são celebrados nesta quarta (4)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Animais de estimação são vistos por muitas pessoas como membros da família e verdadeiros amigos. Integrados às rotinas de seus donos, eles são companhias que alegram os dias, dão suporte emocional em momentos difíceis e, em alguns casos, até se despedem quando chega a hora de partir.

Esses são alguns exemplos dados pelos leitores da Folha após o jornal pedir relatos sobre os pets que mais impactaram suas vidas, como forma de comemorar o Dia dos Animais e Dia de São Francisco de Assis, celebrados nesta quarta-feira (4).

Para a leitora Sandra Margarete, 54, de Valinhos (SP), a basset Babi chegou em sua casa em um momento muito delicado: ela e o marido faziam tratamentos para conseguir ter um filho. "Nas noites mais difíceis, quando eu chorava por ter sofrido um aborto espontâneo, ela se aproximava de mim e simplesmente colocava a cabeça no meu colo."

No caso da enfermeira Ana Raelly Costa, 28, de Várzea Alegre (CE), o coelho Peludo foi uma companhia durante o processo de conclusão de curso da graduação. "Partiu em junho deste ano, deixando um vazio enorme em nossas vidas."

Gato e cachorro amigos
Gatos e cachorros são os principais animais homenageados pelos leitores - Anusha Barwa na Unsplash

Animais também podem abrir portas para novas experiências na vida de alguém. Para a jornalista Carolina Jardon, 45, de Brasília, foi Peixoto, o gato, que despertou seu afeto pelos felinos. "Hospedei a gata de um amigo que viajou e me apaixonei. São expressivos, carinhosos e grudados no tutor."

O gato Joaquim, da psicóloga Cassiana Parra Ribeiro, 43, de Itu (SP), também foi responsável por fazê-la superar seu medo da espécie. "Ele chegou em uma madrugada, perdido, esfomeado, miando forte, lutando para sobreviver. Claro que daria abrigo para aquela criaturinha peluda, mas seria só até encontrar o tutor; isso nunca aconteceu."

Foram treze anos de convivência e ela conta que ele, inclusive, a ajudou a averiguar um cisto na mama esquerda para o qual ela não dava a devida importância. "Mergulhada nas tarefas diárias, deixei isso para lá, não realizei nenhum exame, mas percebi que o Joaquim passou a dormir todas as noites do meu lado esquerdo, colocando a pata perto do local do suposto cisto; e isso foi se repetindo noite após noite. Intrigada, resolvi procurar um especialista."

Ela foi diagnosticada com câncer de mama e precisou fazer uma cirurgia e os tratamentos de quimioterapia e radioterapia. "Posso afirmar que, se hoje estou aqui, vivendo da melhor forma possível, devo ao alerta do Joaquim."

O motorista Emerson Jander, 49, de Belo Horizonte (MG), ainda conta com a presença de seu cachorro Hugo e reflete que é uma alegria tê-lo na convivência com sua esposa. "Muito fofo."

Mas, quando se trata de animais de estimação, a tristeza da despedida é inevitável e isso foi trazido por alguns leitores da Folha. Para o também motorista Ismael de Almeida, 41, de São Paulo, seu gato ficou doente na mesma época que sua esposa. "Quando ela recebeu alta, chegou em casa e fez um carinho na cabeça dele. Ele começou a dar seus últimos suspiros. Acredito que esperava ela retornar para se despedir."

A vira-lata Charlotte também disse adeus de uma forma particular, na visão da professora Tainá Alves Domingues, 27, de Osasco (SP). "Ela, fraca demais, depois de uma vida feliz, deitada do meu lado em um piso frio, me lambeu o rosto. Horas depois, ela partiu. Em mim, ficou a saudade e a certeza que amor de verdade, quando é, simplesmente é."

O engenheiro David Mazzuca, 50, de São Paulo, jogou as cinzas de Tyla, sua labradora retriever, na praia onde ela costumava brincar e o local ainda promove lembranças de sua companheira canina, com quem conviveu por treze anos. "Falo com ela todas as vezes que vou até lá."

Confira a seguir outros depoimentos enviados pelos assinantes.

Foi o Bob, um pastor alemão que viveu 15 anos. Era carinhoso, saudável, só comia ração de primeira qualidade, gostava de passear, de tomar banho e ser escovado depois, dormia bem, guardava a casa muito alerta, era meu amigão. A tristeza pela sua perda nunca vai passar. Nem gosto de me lembrar do dia em que ele partiu. É a vida, dias de alegrias e dias de tristeza.
Ana Marques, 68, empresária (Jundiaí, SP)

O nome dela é Vida Cassaro. Ela é um cão da raça golden retriever e ficou comigo por mais de onze anos. Faz dois meses que a perdi. O choro ainda é frequente de saudade, pois ela ocupava todos os espaços da casa e da minha vida. Passeamos de carro, viajamos por vários estados, pegamos praia, crescemos juntos, a família cresceu e bagunça e diversão eram rotina. É um amor incondicional e para além de uma só vida. Obrigado, Vida! Eu te amo! Sempre amarei!
Paulo Ricardo Cassaro dos Santos, 36, servidor público (Garanhuns, PE)

Lazlo, meu cachorrinho, ele morreu no dia 15 de agosto deste ano. Fiz um poema em homenagem a ele, estou compondo uma melodia para transformar em uma canção.
Renato Pereira de Sá, 59, aposentado (Manaus, AM)

A Aisha chegou em minha casa tão pequenina que cabia na palma da mão. Ela foi resgatada após ser chutada para fora de um carro no meu bairro. Foi amor à primeira vista, meu por ela e dela por mim. Ela sempre estava atrás de mim com suas patinhas batendo no piso, me esperava na porta ansiosa pela minha chegada, dormia abraçada comigo e, como mágica, parecia que sempre sabia quando eu precisava dela para me confortar de um dia não tão bom. Passamos juntas pela cinomose e, embora tenha sido um período triste, onde a última saída era a eutanásia, a Aisha se recuperou e pode ficar mais uns anos fazendo a mim e minha família muito felizes. A Aisha virou estrelinha há pouco tempo, mas está sempre presente em meus pensamentos. Ela foi a melhor cãopanheira que pude ter!
Natalie Nabelle Silva Miranda, 30, veterinária (Viçosa, MG)

Babalu, que saudades, você amou e foi muito amada. Sinceramente? Passou muita gente pela minha vida que não merecem nem 1% do amor que sinto por você. Preencheste minha vida com tamanho volume que ainda hoje, quando sento ou deito, sinto você por perto. Ela era uma poodle branca de, no máximo, 30 cm de altura, mas que arrombou nossos corações.
Virginia Maria de Azevedo Santos, 67, aposentada (Campo Grande, MS)

Lili era uma cadelinha preta, mestiça de poodle com alguma outra raça, ela era muito temperamental, tinha fama de brava na família e a maior parte de meus familiares não gostavam muito dela ou tinham até medo'. Apesar de não fazer o tipo de cachorro grudento, ela tinha os momentos de carinho, gostava de brincar de bolinha no meu colo e quando eu estava triste, ela simplesmente ficava ao meu lado quietinha fazendo companhia. Esteve comigo em vários momentos tristes e felizes da minha vida e tinha um significado muito importante para mim. Sofri muito com a sua partida, mas carrego com muito carinho as lembranças que possuo dela.
Mirelly de Lima Ferreira, 29, assistente social (Caxambu, MG)

Ele não tinha nome, mas era necessário ter um para o cadastro veterinário: falei que era Cachorro. Ele sobreviveu e o nome ficou. O cachorro que chamava Cachorro trazia alegria e loucura para a nossa casa. O nome despertava risos. Sobreviveu a algumas cirurgias de câncer, leishmaniose, vários outros probleminhas de saúde e acabou falecendo há um mês, aos 6 anos, vítima de um problema cardíaco. Deixou um vazio enorme em nós, mas a certeza que teve a melhor vida que um cachorro merece.
Wallison Mata da Silva, 35, bancário (Belo Horizonte, MG)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.