Em vitória para Ciro Gomes, PDT e PSB formam cinturão em capitais do Nordeste

Parceria entre os dois partidos, que naufragou no Rio e em São Paulo, saiu vitoriosa em capitais nordestinas

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Salvador

A aliança entre o PDT e PSB, projetada para ser um laboratório dos partidos para a disputa presidencial de 2022, terminou as eleições formando uma espécie de cinturão em capitais de estados do Nordeste.

Os dois partidos firmaram dobradinhas em sete capitais, com vitórias em três delas neste domingo (29).

O PSB vai para o seu terceiro mandato consecutivo no Recife e também governará Maceió, em ambos os casos com vices do PDT.

Já os pedetistas mantiveram o comando de Fortaleza com um vice pessebista e também venceu em Aracaju, mas sem o PSB na aliança.

A vitória mais simbólica para o PDT e para Ciro Gomes, provável candidato do partido à Presidência da República, aconteceu na capital cearense.

O deputado estadual José Sarto (PDT) superou o deputado federal Capitão Wagner (Pros) em uma disputa mais acirrada do que previam as pesquisas de intenção de voto.

A vitória aconteceu após o candidato consolidar uma ampla aliança no segundo turno que incluiu desde partidos de centro-direita, como o DEM e PSDB, até legendas de esquerda, como PT e PSOL.

Na comparação com 2016, o partido terá a mais a prefeitura de Aracaju. O prefeito Edvaldo Nogueira, que há quatro anos foi eleito pelo PC do B, migrou para o PDT no início deste ano e acabou sendo reeleito.

A reeleição de Edvaldo o credencia como um provável candidato ao governo de Sergipe em 2022, já que o governador Belivaldo Chagas (PSD), aliado do prefeito, não pode disputar um novo mandato

No caso do PSB, vencer no Recife era questão de honra. O partido apostou todas as fichas na vitória de João Campos contra Marília Arraes (PT) e acabou prevalecendo mesmo com as altas taxas de rejeição do prefeito Geraldo Julio (PSB).

O PSB ainda venceu a Prefeitura de Maceió com João Henrique Caldas, o JHC, em chapa que teve como vice o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). A dupla impôs uma derrota aos grupos políticos do prefeito Rui Palmeira (sem partido) e do governador Renan Filho (MDB).

Também houve vitórias dos dois partidos em cidades médias como Niterói e Petrópolis, no Rio de Janeiro, em em Serra, que é a maior cidade do Espírito Santo.

"A parceria deu certo. É embrião do futuro de uma centro-esquerda responsável que vai trabalhar para buscar um caminho para o país", avalia o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

O resultado nas urnas também marca distanciamento dos dois partidos em relação ao PT, um aliado histórico.

PDT e PT não se apoiaram mutuamente em nenhuma das 26 capitais. Já o PSB apoiou os petistas apenas em Salvador, onde a candidata Major Denice (PT) foi derrotada ainda no primeiro turno.

O embate direto entre PSB e PT no segundo turno no Recife serviu para aprofundar ainda mais o fosse entre os dois grupos políticos, deixando abertas feridas difíceis de cicatrizar.

O Recife já havia sido palco de uma das negociações mais delicadas entre PSB e PDT, que quase resultou em uma implosão da aliança nacionalmente, inclusive com ameaças de dissolução de acordos já firmados em outras capitais.

O apoio acabou sendo consolidado, mas acabou passando por turbulências durante a campanha após o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) tomar direção contrária à do partido e apoiar Marília Arraes.

A movimentação obrigou o PDT a reafirmar o seu apoio a João Campos em um ato de campanha realizado no Recife com a presença de Ciro Gomes.

Se a parceria entre PDT e PSB rendeu bons resultados no Nordeste, o mesmo não aconteceu nas capitais das demais regiões.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as candidaturas do ex-governador Márcio França (PSB) e da deputada estadual Martha Rocha (PDT) foram derrotadas ainda no primeiro turno.

O mesmo aconteceu em Porto Alegre com a candidatura de Juliana Brizola (PDT) e em Goiânia com Elias Vaz (PSB), que também perderam. Já neste segundo turno, a prefeita de Rio Branco Socorro Neri (PSB), que tinha um vice do PDT, não conseguiu a reeleição e perdeu para Tião Bocalom (PP).

Por outro lado, o PDT de Ciro Gomes fez algumas apostas certeiras nos demais estados do Nordeste. Em Salvador, terá Ana Paula Matos como vice do prefeito eleito Bruno Reis (DEM).

O partido também terá Aila Cortez como vice-prefeita de Natal, onde o prefeito Álvaro Dias (PSDB) reelegeu-se ainda no primeiro turno.

No segundo turno, o partido apoiou Eduardo Braide (Podemos) em São Luís e Cícero Lucena (PP) em João Pessoa –ambos saíram vencedores. Por outro lado, a legenda perdeu em Teresina, onde apoiou Kleber Montezuma (PSDB).

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