O vereador petista Marcelo Oliveira, 48, foi eleito neste domingo (29) prefeito de Mauá, derrotando o candidato à reeleição Atila Jacomussi (PSB), 47. Oliveira recebeu 50,74% dos votos contra 49,26% do atual mandatário. Sua vice é Celma Dias (PT), que substituiu o marido na chapa, o ex-prefeito Oswaldo Dias.
O resultado é uma virada em relação ao primeiro turno do dia 15, quando Atila terminou como mais votado com 36% dos votos, contra quase 20% de Oliveira.
Vereador por três mandatos consecutivos e presidente da Câmara de 2015 a 2016, o ex-militante sindical disputou pela primeira vez a prefeitura da cidade de 477 mil habitantes.
Para o PT, o resultado marca o retorno à região do ABC, berço do partido, onde em 2016 a sigla pela primeira vez não conseguiu eleger nenhum prefeito. Naquele ano, o então prefeito petista Donizete Braga perdeu a reeleição para Atila, que adotou um discurso pautado na promessa de renovação e no antipetismo.
O mandato de Atila foi marcado por duas prisões em 2018. O prefeito foi alvo da Operação Prato Feito e de um desdobramento da mesma, que apura desvios na compra de merenda escolar e outros insumos. Em uma das ações, a Polícia Federal encontrou R$ 87 mil em dinheiro na residência do prefeito.
Vereadores da cidade rejeitaram um pedido de impeachment contra o mandatário, que acabaria cassado pelo legislativo municipal em 2019. Após uma decisão favorável do Tribunal de Justiça de São Paulo, ele voltou ao posto meses depois.
Desde o início da campanha eleitoral, as denúncias de corrupção e críticas contra a administração do município foram exploradas pelos 12 adversários de Atila na disputa. Apesar disso, ele se mantinha como favorito no município onde o último prefeito reeleito foi Dias, no ano 2000.
Para vencer na cidade, o PT investiu na campanha de Oliveira, a mais cara do pleito, com mais de R$ 1 milhão em recursos, apesar de não ter composto uma coligação. A de Atila, por exemplo, foi a terceira, com R$ 858 mil.
Já no segundo turno, Oliveira recebeu apoios formais do PDT, PSOL e UP, além dos candidatos de partidos de direita no pleito, caso do PSL e PRTB. O PTB, do ex-deputado federal Roberto Jefferson, havia retirado candidatura própria no primeiro turno para apoiar o PT, mas por decisão do diretório nacional, isso não aconteceu.
Em seu programa de governo, o petista estabelece como objetivo para os quatro anos de mandato gerar empregos e promover uma rota de desenvolvimento econômico, restaurar a máquina pública e cuidar das pessoas em em situação de vulnerabilidade.
Dentre os projetos, está a instalação de um gabinete integrado de políticas públicas sociais, para realizar um diagnóstico da realidade local, organizar e planejar ações, buscando parcerias com universidades e institutos.
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