Datafolha: Gestão Ricardo Nunes é regular para 49%; aprovação é de 23%, e reprovação, de 24%

Índice regular só encontra paralelo na redemocratização em pesquisa com Covas em 2020

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São Paulo

A gestão de Ricardo Nunes (MDB) à frente da Prefeitura de São Paulo é aprovada por 23% dos eleitores da cidade, enquanto número similar, 24%, a reprovam. Acham que o mandatário faz um governo regular 49%.

Os dados foram aferidos pelo Datafolha na terça (29) e na quarta (30), em pesquisa que ouviu 1.092 eleitores na capital paulista. A margem de erro é de três pontos para mais ou menos.

Nunes (MDB) chega com o vereador João Jorge (PSDB) para encontro tucano em São Paulo
Nunes (MDB) chega com o vereador João Jorge (PSDB) para encontro tucano em São Paulo - Rubens Cavallari - 15.jul.2023/Folhapress

A aprovação de Nunes é baixa, mas não destoa muito da média dos alcaides da cidade desde a volta das eleições diretas, em 1985, após o fim da ditadura militar —período no qual os prefeitos eram indicados pelo governador do estado.

Com a exceção do rejeitado Celso Pitta, que recebeu 7% de aprovação à mesma altura do mandato em 1999, e do seu padrinho e antecessor Paulo Maluf, com 46% de ótimo e bom em 1995, a flutuação da satisfação paulistana fica na casa dos 20%-30%.

A aprovação do prefeito até aqui anda de mãos dadas com sua intenção de voto para a eleição do ano que vem. Segundo o Datafolha apurou neste mesmo levantamento, Nunes tem 24% da preferência do eleitorado. A boa notícia para seu time de pré-campanha é que o índice de satisfação com a gestão vem subindo.

Em abril do ano passado, estava em 12%, pulando para 18% dois meses depois. Agora, passado um ano e dois meses, Nunes tem o dobro de ótimo e bom em relação à primeira aferição do Datafolha de seu governo.

Ele assumiu em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas (PSDB), de quem foi vice num acerto global do então governador tucano João Doria com o MDB que visava sua intenção (que acabou fracassada) de disputar a Presidência em 2022.

Neste ano, cresceu a percepção do mundo político de que Nunes não tinha uma marca sólida, levando a especulações se ele enfrentaria outros candidatos no mesma faixa de frequência da centro-direita. Apesar do apoio nominal de aliados, havia dúvidas acerca da viabilidade dele contra o presumido rival na esquerda, Guilherme Boulos (PSOL).

Foi alterada a estratégia de propaganda do governo, bem mais incisiva e tentando vender Nunes como tocador de obras. Programas de asfaltamento, de alta visibilidade, ganharam prioridade. Um nó segue sendo a política para a cracolândia, a terra de ninguém do centro paulistano, marcada por idas e vindas e sem uma solução factível no horizonte.

Na política pura, ele aproximou-se cautelosamente do bolsonarismo, ainda um depósito de votos, e conseguiu tirar do páreo o nome mais natural do grupo, o deputado federal Ricardo Salles (PL). Por ora, isso tem mantido seu entorno coeso, ao menos até começar o bombardeio previsível da campanha eleitoral.

Chama a atenção, em relação à média histórica de seus antecessores registrada pelo Datafolha, a avaliação regular de Nunes. Em 49%, ela só encontra paralelo na redemocratização nos 45% auferidos por Covas em 2020, quando estava no primeiro mandato, herdado de Doria, de quem era vice quando o então tucano venceu a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2018.

Isso sugere uma imagem mais anódina do prefeito. Aliados otimistas de Nunes lembrarão que Covas elegeu-se naquele ano, enquanto céticos ressaltarão que, em pesquisa de avaliação de governantes, quem acha o político regular tem uma visão mais negativa do que positiva dele —embora tudo dependa da configuração do pleito a ser disputado e dos concorrentes.

Do ponto de vista de perfil, o prefeito é mais aprovado por quem é menos instruído, grupo que só concluiu o ensino fundamental e soma 21% da amostra populacional do levantamento. Nele, tem 36% de ótimo/bom. Entre quem tem 60 anos ou mais (também 21% dos eleitores), chega a 32%.

Já a reprovação é maior entre os que têm curso superior (31% dos paulistanos ouvidos), 36%. Entre os 5% que ganham mais de 10 salários mínimos, é rejeitado por 44%.

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