Como pedir uma carta de recomendação profissional

Documento pode ser solicitado para referência acadêmica ou para trabalho

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São Paulo

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Carta de recomendação

Quem é leitor assíduo da newsletter deve se lembrar que fizemos uma edição sobre carta de despedida do emprego. Agora, vamos falar de um outro tipo: a carta de recomendação.

Já adianto para vocês que esse documento vai além de uma simples frase como "Eu recomendo esse profissional para o cargo...".

Ilustração mostra mão de mulher negra com unhas rosas, escrevendo uma carta. O cenário é um terreno arenoso, a mão e a carta são muito grandes se comparadas a uma menina que está próximo. Ela é negra, usa óculos, usa blusa branca e calça jeans, está com as mãos para trás e tem uma expressão de alegria. Da carta, saem balões, um com estrelas e outro com mãos batendo palmas. Há um selo verde, com uma mão fazendo "joinha". Ao redor o céu é fúcsia e está estrelado, e há diversos planetas com placas escritos "Há vagas". Muitos aviões de papeis coloridos circulam neste espaço.
Carolina Daffara

Em primeiro lugar. O objetivo da carta de recomendação é alguém te referenciar como profissional. Ela pode ser solicitada em processos seletivos, tanto profissionais como acadêmicos, como em casos de submissão de bolsas para mestrado.

Nós temos um exemplo. A administradora pública Renata Leal, 29, precisou do documento para conseguir um mestrado na área de educação na Universidade de Stanford. Ela conta que pediu, com um mês de antecedência, a carta para profissionais que tiveram contato com seu perfil de trabalho, como ex-chefes e ex-professores.

Como foi feito o pedido: Renata mandou um email a eles e dizendo 'pensei em prestar um mestrado na área de educação, você foi um chefe muito importante para mim e quero te contar mais sobre esse plano, será que poderíamos conversar por meia hora?'. Durante esse bate-papo, ela deu mais detalhes sobre a carta e a relevância do mestrado para sua trajetória.

Por que as empresas pedem a carta? O que elas buscam avaliar?

Segundo Amanda Adami, gerente de operações na Robert Half, consultoria especializada em recrutamento e seleção, a companhia quer analisar a veracidade do que você trouxe durante a entrevista. Será mesmo que o candidato fez tudo isso? Então, é uma forma de validar essas informações com o gestor da pessoa. Por isso, a importância de não mentir no processo seletivo.

E tem mais... o documento também serve para passar mais credibilidade e confiança sobre o perfil do profissional que poderá ser contratado.

De olho nisso, a estudante de administração, Maria Clara, 21, está a procura de emprego e nem precisou esperar a empresa solicitar a carta de recomendação: ela já tem o documento guardado para eventuais processos seletivos que tiverem esse requisito.

Maria conta que a carta comprova seu desempenho nas funções que executou em outros trabalhos e viu nela a vantagem de poder mostrar toda sua bagagem profissional.

E para quem solicitar a recomendação? Primeiro, lembre-se de pedir para pessoas que trabalharam diretamente com você e poderão falar com sinceridade sobre seu perfil e modo de trabalho. Adami cita um trio de possíveis pessoas: um par (membros da sua equipe), um subordinado ou um gestor.

Você ainda não tem experiência profissional? Sem problemas, busque referências do âmbito acadêmico. Pode ser seu orientador de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) ou iniciação científica ou até mesmo professores que tiveram participação na sua trajetória escolar.

Quem quer trabalhar fora do Brasil deve ficar atento: a carta de recomendação também pode ser pedida para empregos no exterior. Já fizemos uma edição sobre como conseguir trabalho internacional e aqui vai mais uma dica importante.

↪ De acordo com a orientadora de carreiras e conselheira profissional Adriana Cubas, para aqueles que desejam fazer carreira no exterior, é importante ir cultivando uma boa relação com gestores e a equipe de recursos humanos, assim ficará mais fácil pedir a referência ao sair da empresa.

Exemplo: Patricia Zanella, 26, é cofundadora e diretora de marketing no EcoCiclo, empresa produtora de absorventes biodegradáveis. Ela solicitou a carta de recomendação para participar de projetos internacionais como o The Ocean Project (o projeto oceano, em inglês), que promove a conservação do oceano em colaboração com aquários, zoológicos, museus e jovens.

O que deve conter nessa carta?

  • Não é para ter uma avaliação psicológica do profissional, mas sim as qualidades comportamentais, diz Adami. Exemplo: Profissional honesto e mão na massa;
  • É importante ter um mix das suas habilidades técnicas e comportamentais;
  • Colocar também o cargo que desempenhou na companhia e o período que executou aquela função;
  • Se for uma carta no sentido acadêmico, lembre-se de colocar o objetivo do projeto que participou, o tema e a duração;
  • Para Jéssica Gondim, gerente de projetos na Companhia de Estágios, empresa especializada em recrutamento de estagiários e trainees, também é preciso incluir suas qualidades e resultados, que indicam como foi sua performance na companhia. Exemplo: "O profissional que esteve na empresa durante dois anos implementou um sistema que nos ajudou a aumentar a produtividade".

Olha o LinkedIn aí de novo: o próprio LinkedIn tem uma parte com recomendações. Os profissionais da sua rede podem escrever comentários sobre como foi trabalhar com você e essas referências ficarão visíveis em seu perfil.

Informação bônus: as empresas são obrigadas a te dar uma carta de recomendação? NÃO!

↪ "Não há na legislação brasileira previsão que obrigue uma empresa a fornecer carta de recomendação profissional a ex-funcionários. Caberá a cada organização definir se deve ou não conceder esse benefício após o contrato de trabalho", diz Fernanda Borges Darós, sócia da área trabalhista do escritório Silveiro Advogados.

Na seção Pergunte ao Recrutador tem mais dicas, dá um scroll.


Pergunte ao recrutador

Especialista responde dúvidas sobre processo seletivo e busca por emprego

Claudia Pereira - news carreiras
Claudia Pereira, sócia e especialista em recrutamento e seleção no Grupo Cia de Talentos, consultoria especializada em programas de estágio - Tiago Queiroz

O profissional deve pedir uma carta de recomendação/referência toda vez que sair da empresa?

"O peso da recomendação se torna mais importante em alguns casos:

  • quando os aspectos profissionais têm algum destaque;
  • se a pessoa tem uma característica muito marcante ou um resultado atingido;
  • quando a empresa ou área anterior se relaciona de alguma maneira com a da vaga em questão (mesmo segmento, por exemplo);
  • quando quem assina a carta é a antiga gestão direta ou alguém de destaque no segmento de atuação ou no mercado de trabalho.

Pedir a carta sempre não é um problema, mas certamente ela fará mais diferença quando, de alguma maneira, se relacionar a algum desses pontos citados acima".

Até quanto tempo depois de não estar mais trabalhando na empresa é aceitável ir pedir essa carta?

"O mais indicado é que a carta seja pedida logo após a saída da empresa para garantir que as pessoas com quem trabalhou e se relacionou estejam na companhia e possam contribuir. Depois da saída, é indicado um tempo de até seis meses. Os pontos mais críticos de esperar muito tempo são: correr o risco das pessoas mais indicadas a escrever a carta não estarem mais na empresa ou não lembrarem de detalhes sobre a atuação de quem solicitou a carta. Um recurso bastante utilizado hoje em dia é a recomendação através do LinkedIn, que pode ajudar a encontrar as pessoas com mais facilidade".


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Explicamos dois assuntos do noticiário para você

Seis meses de guerra na Ucrânia

A guerra na Ucrânia completou seis meses de duração na última quarta-feira (24) e, pelo visto, não há sinais de que esteja perto de terminar. Veja quais foram as últimas notícias sobre o conflito.

  • Dia da Independência. Na data em que a Ucrânia celebrou 31 anos de independência do domínio soviético, houve uma ofensiva da Rússia que deixou ao menos 22 mortos. Segundo o presidente Volodimir Zelenski, os ataques aconteceram na região sudeste do país.
  • Mais armas: Na quinta (25), o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto para aumentar as Forças Armadas. A proposta é ampliar cerca de 10% do efetivo combatente, elevando-o de 1,01 milhão para 1,15 milhão.
  • E não para de piorar. A Rússia acusa a Ucrânia por atentado que matou Daria Dugina, filha do ideólogo ultranacionalista russo Aleksandr Dugin. Segundo o FSB (Serviço Federal de Segurança, a principal agência sucessora da KGB soviética), a suspeita seria uma mulher ucraniana nascida em 1979 chamada Natalia Vovk, que estava a serviço das forças especiais ucranianas.
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O que rolou no debate dos presidenciáveis?

O primeiro debate presidencial aconteceu neste domingo (28) e foi organizado por Folha, UOL e TVs Bandeirantes e Cultura. Participaram Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Luiz Felipe d'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). Segue o fio de como foi essa discussão:

  • #Hashtag: Piscadas, privatizações e retorno de 'tchutchuca' foram alguns dos memes que viralizaram no debate, veja.

Análises sobre o evento publicadas na Folha:

  • Para Igor Gielow, debate expõe fragilidades de Lula e de Bolsonaro sem mudar o jogo.
  • Retórica de mudança prevalece contra Bolsonaro, que devolve com antipetismo, escreve Bruno Boghossian.
  • Alexa Salomão analisa que o debate de presidenciáveis tem frases de efeitos e despreparo na economia.

Ouça no podcast Café da Manhã o saldo do debate entre os presidenciáveis.

Veja a transmissão na íntegra.

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