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30/10/2003
Planos para o transporte: obras e tecnologia

A frota de 15 mil ônibus e lotações que compõe o sistema de transporte público da cidade será monitorada por satélite e o passageiro terá acesso a computadores em terminais de ônibus para buscar informações sobre o itinerário. Esses são alguns dos destinos para a verba de R$ 493,8 milhões que a Prefeitura espera do Banco Nacional Econômico e Social (BNDES) para o ano que vem. "Esse tipo de tecnologia evitará, por exemplo, o atraso dos ônibus e a mudança de itinerário sem controle", explica o secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

Terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado autorizou a Prefeitura a fazer o empréstimo. O projeto será votado em plenário em regime de urgência. "O próximo passo é a liberação do dinheiro", diz o secretário.

Segundo Tatto, o dinheiro será usado em duas frentes na área dos transportes: obras e tecnologia. "Vamos aplicar a verba em todo o processo de modernização do sistema", salienta.

As obras incluem a conclusão do Paulistão (antigo Fura-Fila) até o meio do ano que vem, além da construção de terminais e corredores de ônibus, entre eles o polêmico Rebouças.

Eleição
Bastou a Prefeitura receber o aval do CAE - com apenas um voto contrário - e os vereadores paulistas já começaram a questionar a aplicação do empréstimo em ano eleitoral. "A prefeita (Marta Suplicy, PT) vai sacrificar as próximas administrações com esse empréstimo, inclusive a sua, em caso de reeleição", criticou o vereador Ricardo Montoro (PSDB).

A Prefeitura tem 30 anos para quitar a dívida, com taxa de 13% da renda líquida do município. "Pagando esse valor, ela vai diminuir as possibilidades de novos empréstimos, vai onerar muito as contas da Prefeitura", disse. "A meu ver, tem um viés de irresponsabilidade."

O vereador Roberto Trípoli (PSDB) também se mostrou inconformado com o valor do empréstimo. Ele fez uma relação entre as eleições e a tentativa da prefeita de melhorar o transporte público e, conseqüentemente, sua imagem diante do eleitor. "Está comprovado que o transporte é o grande calo no sapato da prefeita. Mas por que ela deixou a população sofrer tanto com a má qualidade do serviço, com passagens caras e greves, e só em época de eleição tentar melhorar o sistema?"

Trípoli comparou os investimentos deste ano e os previstos no orçamento do município para o ano que vem. "Houve um acréscimo de 134% no investimento. Para este ano, estão previstos R$ 684 milhões. Para o ano que vem, R$ 1,6 bilhão."

Atraso
Segundo o secretário, a verba destinada aos transportes estava prevista havia dois anos e o projeto de modernização do transporte em São Paulo foi entregue ao BNDES em março.

"O dinheiro só não foi liberado antes por causa deles mesmos, os tucanos. Já era para ter chegado. E então não adianta falar que a verba foi liberada para favorecer São Paulo nas eleições", disse.

O secretário evita estender a discussão, mas deixa escapar que a liberação da verba não vai pôr fim à polêmica. "Vamos pedir correção do valor global, que está defasado", disse, sem explicar quando isso deve ocorrer e qual será o reajuste. "Tudo tem seu tempo, sua hora."


BÁRBARA SOUZA
De O Estado de S. Paulo

 
 
 

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