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Descrição de chapéu refugiados

Líderes de negócios sociais e ONGs debatem experiências pessoais em série

Novo episódio do Papo de Responsa destaca soluções de impacto para moradores de periferias, refugiados, pessoas com deficiência e agricultores familiares

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São Paulo (SP)

Lideranças do terceiro setor reconhecidas em diferentes edições do Prêmio Empreendedor Social discutem transformação social em contextos de vulnerabilidade socioeconômica no penúltimo capítulo da série especial Papo de Responsa, exibida pela TV Folha.

O talkshow que celebra os 20 anos da premiação promovida por Folha e Fundação Schwab é apresentado pela jornalista Eliane Trindade, editora do concurso e do Folha Social+. No episódio desta quinta-feira (12), ela recebe Adriana Barbosa, diretora-executiva da PretaHub, e os cofundadores da Simbi, Raphael Mayer e Mathieu Anduze, no primeiro de quatro blocos.

Reconhecida na categoria Troféu Grão do concurso em 2019, Barbosa é idealizadora da PretaHub, aceleradora de negócios de empreendedores negros, e do festival de cultura negra Feira Preta.

Ela abriu a conversa falando sobre a evolução do ecossistema de impacto social no país. "O Brasil hoje é referência em projetos, negócios e iniciativas nesse campo. A gente tem cada vez mais empreendedores e um ambiente próspero, sobretudo nos últimos dois anos, na perspectiva da política pública."

De cima para baixo, a jornalista Eliane Trindade; Mathieu Anduze e Raphael Mayer, da Simbi; Adriana Barbosa, da PretaHub - Reprodução/TV Folha

Na visão de Barbosa, ser empreendedora social é um propósito de vida . "Minha vocação é essa. É isso que me faz levantar todos os dias e fazer o que faço, que é pensar no processo de evolução e de prosperidade para a população preta. Por ser uma mulher preta, não tem como não ter uma posição proativa em relação à mudança."

Ainda no primeiro bloco, Anduze abordou desafios para a evolução de negócios no setor. "Ainda é difícil ter que explicar para um potencial investidor que este não é um negócio tradicional, que tem que ter um capital mais paciente, para que a gente consiga fazer crescer, ao mesmo tempo, o impacto social e a empresa."

Ele e Mayer lideram um negócio social que democratiza o acesso a verbas incentivadas por empresas, impulsionando tanto pequenas quanto grandes iniciativas sociais e fortalecendo a cultura ESG no mercado empresarial brasileiro.

"Nos últimos anos, vemos uma evolução do campo. Quando a gente começou, ainda tínhamos que explicar que era possível, sim, gerar lucro e impacto", afirma Mayer.

Crianças com deficiência e refugiados

O segundo bloco do episódio reuniu Carolina Videira, CEO da Turma do Jiló, e Fernando Rangel, fundador e CEO do Refúgio 343. À frente da ONG atua em escolas para implementar e garantir a educação inclusiva de crianças com deficiência, Videira foi finalista do Empreendedor Social 2022 na categoria Direitos Humanos, liderando a captação de recursos na Escolha do Leitor.

Durante a conversa, ela explicou que a experiência pessoal com o filho com deficiência a inspirou a criar a iniciativa.

"A Turma do Jiló nasce em 2008, junto com o nascimento do meu primeiro filho, uma criança com múltiplas deficiências. Ele foi testado pela sociedade de diversas maneiras. Primeiro, quando desacreditaram que ele seria capaz de aprender, que ele pudesse frequentar uma escola e se desenvolver pedagogicamente."

Além de trabalhar junto às escolas, a Turma do Jiló promove ações em empresas, com formações em diversidade e inclusão.

Já Rangel contou sobre sua transição do universo corporativo para o setor social. "Percebi que tinha algo a mais que meu coração estava pedindo. Acho que em algum momento da vida, por um motivo ou por outro, todos nós passamos por esses momentos de lapso de consciência e vemos o mundo em que estamos realmente vivendo."

A ONG criada por ele oferece cursos de português e capacitação profissional para refugiados e migrantes em Roraima, além de promover sua integração socioeconômica em outros estados.

"Pudemos ajudar mais de 4.500 refugiados a recomeçarem a sua vida no Brasil. Esse processo de acolhimento acontece desde quando a pessoa pisa no país e nosso time faz o registro em uma planilha. Temos um acompanhamento muito cauteloso com cada uma dessas famílias."

Alimentação saudável para todos

Em outro bloco, participaram Gisela Solymos, uma das fundadoras do Cren (Centro de Recuperação e Educação Nutricional) e vencedora do Empreendedor Social em 2011, e Hamilton Silva, fundador do Saladorama, reconhecido na categoria Escolha do Leitor em 2017.

O Cren promove a recuperação e educação nutricional de crianças e adolescentes com desnutrição ou obesidade, oferecendo triagem em comunidades carentes e atendimento ambulatorial interdisciplinar.

"Quando você trabalha com extrema pobreza, que é o caso de crianças desnutridas, você começa a perceber que o problema é muito maior do que aquilo que você está enfrentando. A gente está enfrentando algo que não deveria existir", afirma Solymos.

Ela mencionou também que, após perceber que o Cren havia atingido um estágio de maturidade, decidiu sair da liderança direta da organização e se engajar no movimento global Catalyst 2030, focado em fortalecer o ecossistema de inovação social.

Com trabalho semelhante, Silva fundou um negócio social que amplia o acesso à alimentação saudável e de qualidade nas periferias, após observar os impactos negativos de uma má alimentação na saúde de familiares.

"As principais dificuldades se davam porque esse conceito de impacto social ainda não chegava na periferia. Então, quando você falava sobre algo que melhoraria a alimentação da comunidade ou quando você levava um prato diferente, como um churrasco vegano, as pessoas já diziam que isso não era para elas, que era coisa de gente rica", relembra.

Direito ao trabalho

No último bloco participaram Alexandre Amorim e Wagner Gomes, fundadores, respectivamente, da Asid (Ação Social para Igualdade das Diferenças) e da Adel (Agência de Desenvolvimento Econômico Local).

Vencedora da Escolha do Leitor em 2013, a Asid desenvolve projetos de responsabilidade social, voluntariado, inclusão no mercado de trabalho e gestão de organizações parceiras.

"O sonho sempre foi construir uma sociedade inclusiva, onde a pessoa com deficiência pudesse trabalhar e frequentar a escola. Especialmente para que, quando os pais estiverem próximos de falecer, essas pessoas tivessem uma rede de apoio e toda a infraestrutura necessária para viverem com dignidade e felicidade", diz Amorim.

Reconhecida pelo concurso em 2010, a Adel combate o êxodo rural por meio do desenvolvimento econômico e social em comunidades rurais do Nordeste.

"O país em que acredito é um país inclusivo, onde os filhos de agricultores, especialmente das comunidades rurais, seja no interior do Ceará ou em qualquer parte do Brasil, possam ter acesso a escolas de qualidade e transporte", diz Gomes.

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