A Comissão Arns protocolou neste sábado (5) um ofício no qual pede que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reforce a segurança do ouvidor das polícias do estado de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, que registrou boletim de ocorrência após sofrer ameaça de morte.
O ofício é assinado pelo presidente da Comissão Arns, José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça. Na sexta-feira (4), quatro membros da entidade se reuniram com o funcionário para falar sobre as mortes em Guarujá.
"Não é mais possível apenas garantir a integridade do Ouvidor durante o horário do expediente", indica o ofício. "Entendemos que é necessário estender essa proteção durante 24 horas do dia e reforçá-la para impedir a consecução da ameaça recebida."
"A sociedade se associa à dor pela morte de agentes policiais em serviço, mas quer que a reação policial seja sempre obediente aos cânones da Lei e da Constituição", continua o documento.
"Assim, a sociedade civil recebe a ameaça ao Ouvidor como uma ameaça à própria sociedade, o que só aumenta a alta responsabilidade de V. Exa. e do secretário da Segurança Pública pela preservação da vida e da segurança do ouvidor Claudio Aparecido da Silva e família, bem como pela rigorosa apuração e responsabilização da ameaça por ele sofrida."
O ouvidor foi citado em grupo de troca de mensagens formado por agentes penitenciários. Uma pessoa escreveu que ele"tinha que morrer também" assim como as vítimas da Operação Escudo, que matou 16 pessoas na Baixada Santista, no litoral paulista.
No último dia 3, Silva criticou falas do governador e disse que as declarações dele poderiam colaborar para novos abusos policiais. Antes, Tarcísio havia se referido ao ouvidor como "camarada" e afirmado que estavam sendo divulgadas informações falsas.
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