O Brasil, que iniciou seu período na presidência do Conselho de Segurança da ONU neste mês, fez intenso trabalho junto a Rússia e China para que não vetassem a resolução que permitiu o envio de policiais quenianos para o Haiti.
Ambos acabaram se abstendo. Segundo o Itamaraty, as boas relações construídas com os dois países em fóruns como Brics ajudaram a facilitar a intermediação.
Os dois países discordavam da proposta apresentada por Estados Unidos e Equador para que o conselho aprovasse missão multinacional liderada pelo Quênia para ajudar a Polícia Nacional Haitiana.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, queria que a missão não contasse com os capacetes azuis, mas tivesse o endosso da organização.
Houve divergência, no entanto, quanto à possibilidade de que fosse inserida dentro do guarda-chuva do Capítulo 7 da Carta da ONU, comumente usado em casos de missão de paz e que libera o uso da força, sob o aval do conselho, quando for necessário para "restabelecer a paz e a segurança internacionais".
Rússia e China defendiam que a ONU apenas endossasse o envio da missão, sem maiores comprometimentos como os previstos nos artigos desse capítulo.
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