O novelo em que se transformou a reforma do Imposto de Renda agora leva o governo a cogitar a retirada da proposta de tramitação, mas há cerca de um mês a equipe de Paulo Guedes já trabalhava com a hipótese de que seria necessário refazer o texto.
No dia 24 de julho, membros do ministério enviaram mensagem a empresários dizendo que já sabiam que seria impossível agradar a todos, principalmente pela divergência de propostas e interesses dos setores, como informou o Painel S.A. na ocasião.
Os empresários que receberam a mensagem chegaram a pensar que o governo recomeçaria da estaca zero tanto a reforma do IR quanto a da CBS, a outra parte do projeto que também está longe de atingir algum consenso. Mas o governo insistiu em seguir fazendo os puxadinhos na proposta original, apesar das reclamações do setor privado nas últimas semanas.
A possível desistência de Guedes, conforme a Folha apurou, irritou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que já tentou levar a reforma à votação três vezes, mas adiou por falta de acordo. Agora, a expectativa é que ela seja analisada pelo plenário no início de setembro.
A dificuldade de aprovação já fez governo e Congresso mudarem o texto várias vezes, inclusive garantindo o aumento de isenções e prometendo mais recursos para municípios em outros projetos.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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