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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Academia moderna é sonho de Luxa e realidade de Jesus

Vanderlei diz que mudança do futebol é mais física do que tática

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Vanderlei Luxemburgo foi apresentado pelo Palmeiras como seu novo treinador. Minimizou a transformação tática e disse que ela se deve mais ao preparo físico. Corria-se 7 km e hoje os jogadores correm 12 km.

Na mesma data, Jorge Jesus dizia, antes da final do Mundial de Clubes, que não é questão física. É tática. Quando se está bem taticamente, corre-se menos e nos lugares certos.

Luxemburgo é um patrimônio da história do futebol brasileiro. Na sua prateleira, estão Tim, Ênio Andrade, Rubens Minelli, Telê Santana. Talvez só Zagallo um degrau acima entre treinadores do Brasil.

Luxemburgo na coletiva de apresentação no Palmeiras
Luxemburgo na coletiva de apresentação no Palmeiras - Eduardo Knapp/Folhapress

Mas sua comunicação sobre o conhecimento do jogo pode melhorar. Enquanto Luxemburgo diz que a grande revolução no mundo foi na Copa de 1970, Jorge Jesus dizia que Jürgen Klopp faz um 4-3-3 muito particular: "Só o Liverpool agride na marcação por pressão com seus três atacantes."

Questionado se Guardiola não fazia parecido, Jorge Jesus descarta: "Ele não ataca a bola com os três atacantes."

Mesmo sendo o técnico português mais badalado, mais comentado hoje em Portugal do que José Mourinho, e o mais apreciado no Brasil, mesmo assim Jorge Jesus vê novidades na maneira de atuar de seus rivais europeus.

No auge de sua carreira, Luxemburgo sempre foi visto como o mais detalhista técnico brasileiro na parte tática. Em 1996, pouco depois de chegar ao Palmeiras, Cafu definia a diferença entre Luxemburgo e Telê: "O Vanderlei diz que não é para eu ficar aqui. É ali." Apontava para uma distância de um pé para a esquerda. Sabia que a bola passaria ali.

O exemplo é banal e até inexato, mas revela como Luxemburgo teve sua grande qualidade nos seus treinos. Só Jorge Jesus e ele mudaram a posição de seus times, depois de sucederem a treinadores demitidos durante a campanha. Jorge Jesus deixou de brigar por Libertadores e foi campeão. Vanderlei saiu da briga pelo rebaixamento para levar o Vasco à Copa Sul-Americana.

É pouco, diante do que se sabe que Luxemburgo já fez. Ele pode mais. No Flamengo 4x4 Vasco, marcou com pressão média, avançou dois atacantes, deixou o rubro-negro avançar seus laterais e forçou o passe errado dos zagueiros. Foi bem, porque ainda sabe como fazer. Então, não vale dizer que não tem nada novo.

Ao contrário, cabe demonstrar conhecimento, explicar o que tem visto de diferente, mesmo que seja uma sutileza. Jorge Jesus não viu coisas sutis e detalhou como entende o sistema de marcação por pressão do City de Guardiola, diferente do Liverpool, de Jürgen Klopp.

O conhecimento sempre convence mais do que a frase de efeito ou do que a palestra motivacional. Luxemburgo pode dar certo no Palmeiras. Pela primeira vez nesta década, terá um elenco capaz de brigar por títulos. Pode ser a grande oportunidade para sua redescoberta.

Para isso, é melhor vê-lo falando sobre os jogos, os jogadores e as estratégias do que minimizando detalhes que podem ajudá-lo a vencer ou perder em momentos decisivos.

O Palmeiras olhou para o passado e contratou autor do último time palmeirense com qualidade para ser chamado de Academia. Caberá a Luxemburgo tornar esta academia mais agressiva e adequada ao jogo moderno e atual.

O campeão

Jürgen Klopp não quis comparar os níveis de jogos de Mundial de Clubes com Premier League. É evidente o desnível. Mas a final teve chance de se comparar, pela maneira como o Flamengo se comportou. Os defeitos dos ingleses foram explorados por causa de estudo.

Flamengo na frente

Com Pedro Rocha e Gustavo Henrique já contratados, o Flamengo sai na frente na estratégia de mercado para o ano que vem. Enfraquece rivais e se fortalece. Seu cuidado, apenas, precisa ser o de não perder jogadores. Risco é Bruno Henrique.

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