Vinte e um de março. Foi neste dia a última derrota sofrida pelo time feminino do Corinthians no ano. De lá para cá, só vitórias. Não teve um empate sequer para botar defeito. São 26 triunfos, a maior sequência de vitórias da história do futebol brasileiro —vai faltar sinônimo para evitar a repetição de palavras aqui, porque afinal o Corinthians repetiu 26 vezes o mesmo resultado, sempre à frente do placar.
São 96 gols marcados e só 11 sofridos nos 28 jogos disputados. A sequência estabelece um novo recorde no futebol brasileiro —é a maior da história, superando as 24 vitórias do Coritiba em 2011. O time feminino do Corinthians está a uma vitória de igualar o recorde mundial --que pertence ao The New Saints, do País de Gales.
Se o time de Fábio Carille constantemente sofre críticas pelo estilo de jogo fechado, a equipe das mulheres é o oposto. Não à toa, a média de gols delas por partida é de 3,4. É claro que o futebol feminino ainda não tem o mesmo equilíbrio entre as equipes como acontece no masculino. Mas no ano de maior investimento da modalidade, em que mais times de camisa entraram na disputa e montaram equipes fortes, o trabalho do Corinthians ainda se sobressai. Ninguém conquista um recorde desses por acaso. Não sei se Arthur Elias é adepto do discurso de Muricy Ramalho, mas na prática, ele admite que o segredo não poderia ser outro: é trabalho, meu filho.
"É um conjunto de fatores: montagem do nosso elenco, uma maneira de jogar bem definida, bem compreendida e executada pelas atletas, o estudo de adversários para sempre termos conhecimento dos seus pontos fortes; e uma ótima estrutura de trabalho oferecida pelo clube. Nosso jogo é de imposição, ofensivo, onde as atletas se sentem confiantes e estão sendo eficientes. No meu modo de ver, estamos jogando o melhor futebol e no caminho certo para os nossos objetivos", diz ele.
É assim que o Corinthians chega favoritíssimo ao bicampeonato brasileiro. Já saiu na frente nas quartas de final com a vitória por 4 a 1 fora de casa sobre o São José. Como o Santos também tem destoado no nível de futebol apresentado em campo —e saiu na frente diante da Ferroviária nas quartas—, podemos ter um clássico em vista nesta final.
Decisão da Série A2
São Paulo e Cruzeiro começam a definir o título da segunda divisão do Campeonato Brasileiro neste fim de semana. Tinha tudo para ser o cenário perfeito para as mulheres jogarem nos estádios oficiais de seus clubes, finalmente. Mas não será dessa vez. A ausência de um acordo com a CBF e a TV Bandeirantes, que quis transmitir os dois jogos, impediu que o São Paulo mandasse a primeira partida no Morumbi —e o Cruzeiro está tendo o mesmo problema para levar o jogo ao Mineirão.
Domingo (18) será a estreia de Daniel Alves jogando em casa, às 16h, com o Ceará. Por isso, não seria possível realizar a partida feminina às 14h, horário da grade da Band para o futebol feminino. O São Paulo, então, pediu a alteração para mandar a final das mulheres no sábado (17) pela manhã e ouviu a negativa da CBF.
O Cruzeiro também pediu alteração do jogo da volta, porque no domingo (25) tem a corrida do Galo no Mineirão, o que inviabilizaria a partida das mulheres nesse dia. Mas é provável que a data se mantenha e o clube terá de jogar no Sesc Venda Nova, com capacidade para apenas 3.000 pessoas.
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