Nesta terça-feira (5), pela segunda fase da Libertadores, o Atlético-MG enfrentaria o Danubio, no Uruguai. Nesta quarta-feira (6), é dia do São Paulo, fora de casa, jogar contra o Talleres. O São Paulo é uma incógnita, e o time argentino não é fraco, como muitos pensam.
Hernanes é a maior esperança. No último domingo (3), fez um golaço, em um lance de muito mais esplendor técnico que o belíssimo gol de Diego, pelo Flamengo, uma jogada mais plástica, acrobática.
A capacidade de Hernanes de finalizar muito bem não significa que ele tenha de jogar perto da área. Nesta posição, pode ser mais marcado. Vindo de trás, com uma visão ampla do conjunto, ele tem condições de organizar os lances, trocar passes e se aproximar da área, para finalizar.
Na derrota para o Guarani, o São Paulo cruzou umas mil bolas na área, contrariando o discurso do jovem técnico Jardine de que o time quer ter a bola, o domínio do jogo, trocar passes e triangular. O Palmeiras fez o mesmo contra o Corinthians. Apesar da fraca marcação de Jadson pela esquerda, o Palmeiras não aproveitou. O reserva Marcos Rocha possui muito mais talento ofensivo que o lateral titular Mayke, embora seja mais lento no retorno para marcar.
Existe, no Brasil, por parte da imprensa e dos torcedores, um enorme desejo de ver algo diferente na maneira de jogar, com mais troca de passes e triangulações e menos chutões e chuveirinhos. Fernando Diniz, agora com Ganso, terá a chance de fazer o Fluminense sair da mesmice. Será o encontro da enorme carência do clube por um ídolo com o enorme desejo de Ganso de voltar a ser protagonista. Fernando Diniz será o avalista dessa relação. Além disso, se o time for bem, o técnico vai evoluir na carreira.
Ganso nasceu na época e/ou no lugar errado. Se tivesse nascido nos anos 1960, seria um meia armador com o estilo de Gérson. Se tivesse nascido na Europa, poderia ter sido um meio-campista, um Kroos, um Rakitic, um Modric. Mas, como nasceu no Brasil, em 1989, teve de decidir entre ser um volante de marcação e um meia ofensivo, para pisar na área e fazer gols. Não é seu lugar. Não havia uma terceira opção.
Jorge Sampaoli é a maior esperança de o torcedor brasileiro ver um futebol diferente. Após as quatro primeiras partidas do Santos, especialmente a contra o São Paulo, passou a ser tratado como um gênio.
Na quinta, foi um desalento, após a derrota por 5 a 1 para o Ituano. Não é tão surpreendente. O estilo de Sampaoli é de riscos, pois a equipe avança a marcação, deixa muitos espaços na defesa. Nesse último jogo, Sampaoli correu ainda mais riscos, ao trocar um dos três zagueiros por mais um atacante.
Os times dirigidos por Sampaoli, na maior parte do jogo, têm dois ou três atrás e uns sete ou oito no campo adversário. Marcam por pressão, jogam e não deixam jogar. Tornam-se muito mais vibrantes que os adversários, que ficam imobilizados, apáticos. Foi o que aconteceu contra o São Paulo. Mesmo quando não funciona, é gostoso de ver. Melhor que a medíocre regularidade.
Ainda é cedo para saber se Santos, com Sampaoli, e Fluminense, com Fernando Diniz, dois treinadores diferentes, terão uma boa temporada. Dificilmente, isso acontecerá, pois Santos e Fluminense possuem elencos de pouca qualidade técnica, para o nível de dois grandes clubes que necessitam de títulos. O futebol é coletivo, mas quem decide é o talento individual, amparado pelo conjunto.
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