Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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A temporada começa nas oitavas da Copa do Brasil e no Brasileiro

Estaduais são apenas diversão, uma fábrica de ilusões

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O físico brasileiro Marcelo Gleiser, de quem eu não perdia uma só coluna na Folha, é o primeiro latino-americano a ganhar o importante prêmio Templeton. Ele, agnóstico, defende a união da ciência com a espiritualidade, a pluralidade e as limitações da ciência para explicar o mundo. “A ciência flerta com o mistério”, disse o cientista.

Se a ciência não explica tudo, muito menos o futebol, embora alguns tentem fazer isso. O acaso também é importante na vida e no futebol. Uma bola perdida, um erro do árbitro, uma dor de cotovelo, uma bola que bate na trave e entra no gol e tantos outros detalhes inesperados mudam a história de um jogo, de um campeonato e de uma carreira.

Se Messi, por ser pequeno, tivesse sido reprovado na seleção de garotos do Barcelona, por algum ignorante –há muitos, em todo o mundo e em todas as áreas–, não veríamos, todas as semanas, um magistral repertório de dribles, passes e gols.

Pelé é o maior da história, mas já existe um grande número de pessoas, que, por não terem visto Pelé jogar, acham que Messi e/ou Cristiano Ronaldo são superiores. 

Daqui a algumas décadas, quando não existir ninguém que tenha visto Pelé atuar ao vivo, aumentará, certamente, o número dos que preferem Messi ou Cristiano Ronaldo. Depois, surgirão os herdeiros dos dois e assim sucessivamente. As pessoas passam. A vida continua.

Parece que os estaduais nunca acabam. Se eu fosse um comentarista apenas realista, rígido, sem devaneios, diria que os estaduais não servem para nada. Mas, como sou esperançoso e gosto de divagar e me iludir, vejo muitas coisas boas, melhores que nos estaduais do ano passado.

Ricardo Goulart aplaude torcida durante partida do Campeonato Paulista
Ricardo Goulart durante partida do Campeonato Paulista - Cesar Grecco-29.fev.2019/Palmeiras/Divulgacao

Palmeiras e Flamengo, que já tinham os melhores elencos, se reforçaram neste ano. Grêmio e Cruzeiro estão, no mínimo, no mesmo nível de 2018.

O Corinthians também evoluiu com algumas contratações. Há uma chance de os outros grandes times brasileiros crescerem durante o ano. Fluminense, com Fernando Diniz, e Santos, com Sampaoli, por terem maneiras diferentes de jogar, podem provocar, mesmo com elencos inferiores, grandes ruídos em outros treinadores.

Difícil é ter esperança no São Paulo. Além de tantas trocas de treinadores, da estranha estratégia de colocar o diretor como interino até Cuca chegar, o São Paulo, mesmo com as boas contratações de Hernanes e Pablo, possui um elenco fraco. Com ou sem Diego Souza, Nenê, Jucilei e outros, que eram bastante criticados, o time não melhora. 

Os jovens são a última cartada. Rodrigo Caio é mais um ótimo jogador hostilizado pelo clube, como foram Maicon, Casemiro e até Kaká

O futebol brasileiro só vai começar para valer quando acabarem os estaduais e iniciarem as oitavas de final da Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e a fase de mata-mata da Libertadores

Aí, vamos conhecer quem é quem. Por enquanto, é apenas diversão, uma fábrica de ilusões.

Ficou mais claro

Durante a Copa, escrevi, várias vezes, que a Bélgica, nas quartas de final, adotou contra o Brasil o mesmo sistema tático do México, nas oitavas, contra o time brasileiro. 

Os mexicanos só não fizeram gols por causa de erros individuais, já que os espaços na defesa eram enormes. Somente agora, em uma entrevista, o técnico Roberto Martínez confirmou a estratégia de colocar dois atacantes abertos 

(Hazard e Lukaku) e avançar o meio-campista De Bruyne pelo centro, como no segundo gol.

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