Segundo um especialista, não é impossível acontecer uma terceira guerra mundial. Seria uma catástrofe. Estou preocupado. A imbecilidade humana e a violência não têm limites. Albert Einstein teria dito, durante a Segunda Guerra Mundial, que a terceira seria nuclear e que a quarta seria por pedras. Lembro de minha juventude, quando li e fiquei impressionado com uma teoria de que o mundo já teve outras civilizações mais desenvolvidas e que foram destruídas.
Fora a violência e a ambição totalitária de Putin, é um absurdo o cancelamento, o boicote, em todo o mundo, a grandes artistas e escritores russos, como Dostoiévski. Parece a queima de livros feita pelos nazistas. Os atletas russos deveriam ser proibidos de competir? Recomendo a leitura de dois excelentes textos, publicados na Folha, no último sábado (5), dos colunistas João Pereira Coutinho e Marina Izidro.
Ainda bem que existe futebol neste período de guerra e de dois anos de pandemia. Esta quarta (9) é dia do Fluminense na Libertadores, contra o Olimpia, do Paraguai. O Flu se reforçou com ótimas e pontuais contratações, como o goleiro Fábio, Felipe Melo, Willian e Arias.
Também é dia de clássico mundial, entre Real Madrid e PSG. Sou um privilegiado, pois atuei em uma das melhores equipes da história, a Seleção de 1970, ao lado do eterno Rei Pelé, e vi, no Maracanã, um dos maiores jogos de futebol de todos os tempos, entre o Santos de Pelé, Coutinho e Zito, e o Botafogo, com Garrincha, Didi e Nilton Santos, entre outros.
No fim de semana, contra a Real Sociedad, pelo Campeonato Espanhol, o Real Madrid ensaiou o que pretende fazer contra o PSG, pressionar desde o início e sufocar o time francês, o mesmo que fez o PSG na primeira partida. Até o gol da Real Sociedad, no início da partida, serviu de ensaio, pois o Real Madrid teve de virar o jogo, como vai tentar fazer contra o PSG, já que o time francês entra em campo com um gol de vantagem.
No domingo (6), a goleada por 4 a 1 do Manchester City sobre o Manchester United, pelo Campeonato Inglês, foi um confronto entre o futebol do City, do presente e do futuro, contra o do United, o do passado. Não me refiro aos períodos de 1960 e de 1970, mas às últimas décadas, antes de surgir o Barcelona de Guardiola, que revolucionou o futebol.
Enquanto o City, como é habitual, deslizava em campo, um balé coletivo, com belos movimentos corporais, com uma habilidade artística, de uma mistura de técnica e inventividade, o Manchester United jogava um futebol repetitivo, amarrado, previsível, com estocadas isoladas, à espera de um gol salvador, muito parecido com o futebol que se jogou no Brasil nas últimas décadas e que, nos últimos anos, começou a mudar.
Individualmente, City e United têm pouca ou nenhuma diferença de qualidade. O City não tem um Mbappé, um Neymar, um Messi, mas tem um excepcional meio-campista, De Bruyne, e o melhor jogo coletivo do mundo, sem ter um artilheiro único. Todos marcam gols. Será que, brevemente, essa será também mais uma evolução do futebol, entre tantas que têm acontecido?
Se o Manchester City não ganhar a Liga dos Campeões, o que não será surpresa, pois há outras grandes equipes candidatas ao título, muitos dirão que o time não é objetivo. Nelson Rodrigues chamaria os críticos de "idiotas da objetividade".
A vitória deve ser bastante comemorada, valorizada, mas o sucesso, o fascínio histórico de uma equipe, só ocorre quando ela encanta.
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